Por Lisandra Paraguassu
BRASÍLIA (Reuters) - O governo do presidente Jair Bolsonaro nomeou o professor da Universidade Federal da Paraíba Arnaldo Correia de Medeiros para a Secretaria de Vigilância em Saúde do Ministério da Saúde, em mais uma indicação feita por partidos do centrão para um cargo na gestão federal.
De acordo com duas fontes ouvidas pela Reuters, Medeiros, que é doutor em bioquímica, foi indicado pelo centrão e uma dessas fontes disse que a indicação partiu do PL. Ele assume no lugar do doutor em epidemiologia Wanderson de Oliveira, que atuou durante os períodos de Luiz Henrique Mandetta e Nelson Teich à frente do ministério. Oliveira deixou a pasta há 10 dias.
De acordo com seu currículo no sistema Lattes, Medeiros é formado em ciências farmacêuticas pela UFPB, fez mestrado em bioquímica e imunologia na Universidade Federal de Minas Gerais e doutorado em bioquímica na Universidade de São Paulo, com um período no Imperial Cancer Research Foundation, em Londres.
A área de vigilância em saúde do ministério cuida de todas as ações de vigilância, prevenção e controle de doenças transmissíveis e, nesse momento em especial, pelo combate à epidemia do novo coronavírus no país.
O centrão já conseguiu a indicação de pelo menos 10 nomes em cargos de segundo e terceiro escalão no governo Bolsonaro desde que começou a tentativa de aproximação do presidente com os partidos que compõe o grupo, com a intenção de fortalecer a posição do governo no Congresso.
Até agora, além do PL, Avante, PSC, Republicanos e PSD já foram beneficiados diretamente com cargos que controlam orçamentos expressivos, como a Fundação Nacional de Saúde (Funasa), o Departamento de Obras Contra a Seca (DNOCS) e o Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE).
O grupo ainda conseguiu a presidência do Banco do Nordeste, com a indicação de Alexandre Cabral, feita pelo presidente do PTB, Roberto Jefferson. Cabral, no entanto, ficou apenas um dia no cargo, demitido depois da revelação de que é alvo de investigação do Tribunal de Contas da União (TCU) para apurar irregularidades em contratações quando era presidente da Casa da Moeda, entre 2016 e 2019.