Por Kate Holton e Andy Bruce
LONDRES (Reuters) - O primeiro-ministro britânico, Boris Johnson, impôs nesta quarta-feira restrições mais rigorosas contra a Covid-19 na Inglaterra, ordenando que as pessoas trabalhem em casa, usem máscaras em locais públicos e apresentem passes de vacinas para retardar a propagação da variante Ômicron do coronavírus.
Criticado por acusações de que sua equipe fez uma festa de Natal em Downing Street durante o lockdown da Covid no ano passado, Johnson disse que a Ômicron está se espalhando rapidamente e que não tem outra escolha senão mudar para o "Plano B" para ganhar tempo e conseguir mais munição contra a variante.
Embora ainda estejam muito longe dos fechamentos totais que afetaram a economia no início da pandemia, as novas medidas podem cortar os visitantes de restaurantes, cafés e lojas antes do Natal e impor um novo golpe nas finanças do Reino Unido.
"Embora o quadro possa melhorar, e espero sinceramente que melhore, sabemos que a lógica... do crescimento exponencial pode levar a um grande aumento das hospitalizações e, portanto, infelizmente, das mortes", disse Johnson em entrevista coletiva.
Johnson, que retirou a maioria das restrições da Covid na Inglaterra em julho, prometeu atravessar o inverno sem recorrer a um quarto lockdown da Covid-19, mas manteve um chamado "Plano B" na reserva.
Parte dessas medidas, como a reintrodução de máscaras no transporte público e nas lojas, já havia sido adotada, mas nesta quarta-feira Johnson disse que as pessoas também deveriam agora trabalhar de casa se puderem.
O Reino Unido já registrou mais de 145.000 mortes por Covid-19 durante a pandemia.
Um rápido início do programa de vacinas ajudou desde então a conter o impacto e, nos últimos meses, os casos se mantiveram estáveis em cerca de 43.000 infecções diárias e 135 mortes depois que Johnson levantou a maioria das restrições na Inglaterra.
Mas o surgimento da variante Ômicron colocou os governos no limite em todo o mundo. O Reino Unido registrou 568 casos confirmados de Ômicron até o momento.
Escócia, País de Gales e Irlanda do Norte determinam suas próprias restrições em relação à Covid e já definiram regras mais rígidas.