Por Emma Farge
GENEBRA (Reuters) - A Organização Mundial do Comércio (OMC) está tendo dificuldades em encontrar um embaixador para liderar as negociações sobre como consertar seu inativo sistema de disputas até o final do ano, disseram fontes.
O compromisso de dar continuidade a esses esforços em 2024 foi um dos poucos resultados concretos da reunião da OMS em Abu Dhabi no mês passado, que obteve alguns pequenos sucessos, mas não conseguiu concretizar grandes acordos globais.
As conversas têm como objetivo chegar a um acordo sobre as reformas do principal tribunal de apelações da OMC, conhecido como Órgão de Apelação, que está inativo desde 2019 devido a bloqueios dos Estados Unidos às nomeações de juízes.
A falta de um órgão de apelação tem deixado dezenas de disputas comerciais no valor de bilhões de dólares sem solução.
Dias antes da reunião de Abu Dhabi, o mediador anterior das negociações, o guatemalteco Marco Molina, que foi amplamente elogiado por desenvolver um novo método de negociação baseado em interesses, foi demitido por seu governo.
O órgão de fiscalização do comércio global esperava propor um substituto em sua reunião do Conselho Geral nesta quinta-feira, mas três embaixadores se recusaram, disseram fontes.
"É muito trabalho e é muito difícil conseguir isso, então é justo que eles tenham dito não", disse um delegado da OMC, que falou sob anonimato por não estar autorizado a falar publicamente sobre as negociações.
A representante comercial dos EUA, Katherine Tai, descartou a possibilidade de um acordo sobre a correção do sistema de apelações em Abu Dhabi, mas elogiou o progresso até o momento em uma entrevista no mês passado. "Estamos muito satisfeitos e continuamos comprometidos", disse ela à Reuters.