Por Bernardo Caram
BRASÍLIA (Reuters) - Se há fome no Brasil, a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) das Bondades não é eleitoreira, disse nesta quarta-feira o ministro da Economia, Paulo Guedes, argumentando que a situação fiscal do país não será prejudicada pela aprovação do pacote.
Em declaração à imprensa após a revisão de projeções oficiais para a economia, Guedes disse que 57 bilhões de reais em arrecadação extraordinária do governo neste ano, com ganhos tributários e dividendos de estatais, serão suficientes para bancar exatamente o custo das medidas.
Ele explicou que os benefícios da PEC têm impacto de aproximadamente 41 bilhões de reais em 2022, além de 16 bilhões de reais para reduções de tributos sobre combustíveis.
De acordo com o ministro, a arrecadação federal vem batendo recordes e o resultado a ser apresentado pela Receita Federal sobre os ganhos tributários de junho “novamente vem bastante forte”. Os dados serão divulgados oficialmente até o fim do mês.
A Câmara aprovou a PEC das Bondades em segundo turno na noite de quarta-feira. O texto amplia em 50% o valor do Auxílio Emergencial neste ano, dobra o valor do Auxílio Gás, cria um auxílio de 1 mil reais mensais a caminhoneiros e um benefício a taxistas.
O ministro elogiou a proposta, argumentando que os benefícios diretos a grupos vulneráveis específicos em um momento de crise são tecnicamente corretos. Para ele, o plano é melhor do que ideias ventiladas anteriormente no Congresso para dar subsídios diretos a combustíveis.
Na apresentação, Guedes voltou a dizer que o Brasil está crescendo e controlando a inflação enquanto economias avançadas lidam com o risco de recessão.
Diante de uma inflação ainda em dois dígitos no Brasil, Guedes argumentou que o aumento dos riscos é mundial, com a Guerra na Ucrânia e efeitos da pandemia, e que a inflação está subindo no mundo inteiro.