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Preços, logística e relação comercial com a China: Os impactos do PL das blusinhas

Publicado 28.07.2024, 23:26
© Reuters

Investing.com – Com o início da validade da taxação de importações de pequeno valor, especialistas avaliam possíveis impactos nos preços também do mercado interno, com recomposição de margens de um setor pressionado, além de eventuais alterações em rotas logísticas e na relação comercial com a China.

Após a Câmara dos Deputados aprovar em maio projeto de lei que fixa alíquota de 20% de Imposto de Importação sobre as compras internacionais de até US$50 a partir do dia 1º de agosto, as aquisições feitas a partir do último sábado, 27, já podem ser taxadas, conforme os e-commerces do AliExpress, Shein e Shopee.

Alguns especialistas esperam que a medida, conhecida como o ‘PL das Blusinhas’ traga influências diretas na economia doméstica e reflita nos modais de transporte. Das importações de eletrônicos desde 2016, 44% delas são da China e, das vestimentas, 60%. De 2020 até o momento, o volume cresceu 75,8%, chegando ao recorde histórico no ano passado, segundo dados compilados pela GEP COSTDRIVERS.

Com o aumento de preços previsto para os produtos internacionais a partir da taxação, o setor varejista pode entender que seria o momento adequado para revisar seus próprios preços, no entendimento de Rodrigo Scolaro, economista da GEP COSTDRIVERS, que aponta que as importações de produtos até o valor envolvido somaram US$10 bilhões em 2023, quase o triplo dos US$3,47 bilhões de 2020.

“Sobre o repasse, isso é um movimento que acaba acontecendo e já aconteceu já várias vezes historicamente”, destaca, mencionando como exemplo situação de semelhante com o aço chinês mais barato que rivaliza com as siderúrgicas nacionais.

“O que a gente espera é que, com o aumento dos produtos chineses, essa concorrência vai aliviar para os produtores brasileiros. Isso vai propiciar que muitos deles reajustem os preços. Em muitos casos, será como recomposição de margem de lucros, em outros, é repasse de custos”

A GEP Costdrivers avalia ser difícil apontar segmentos com maior impacto, com Adriano Birle, também economista da GEP COSTDRIVERS, mencionando vestimentas e produtos eletrônicos. No entanto, os especialistas ressaltam ainda que possivelmente haverá diminuição do consumo desses importados, o que também traz dúvidas sobre as possibilidades arrecadatórias com a medida.

Outros possíveis impactos na economia

Como a China é o principal parceiro comercial brasileiro, o governo demonstra preocupação em não taxar demais ou promover medidas que possam ser consideradas agressivas, como verificado nos Estados Unidos e em países da União Europeia, com tensões mais acirradas. As relações logísticas podem ser impactadas, no entendimento de Scolaro, pois as rotas de comércio com a China são realizadas principalmente por meio do transporte marítimo, diante de fatores como as longas distâncias.

Como o Brasil compra industrializados, em embarcações de contêiners, mas exporta principalmente grãos, em graneleiros, que possuem estrutura própria para o transporte de mercadorias a granel, há uma disparidade no fluxo. As empresas relacionadas aos contêiners ganham trazendo produtos para o Brasil, mas não há retorno suficiente para preencher totalmente essas embarcações. Agora, as embarcações trariam ainda menos produtos chineses, o que pode afetar as rotas.

O especialista considera que, no médio prazo, o transporte rodoviário também pode ser afetado, diante da queda no consumo e necessidade de transportes para grandes centros consumidores.

Lia Valls, pesquisadora associada do Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getulio Vargas (FGV/Ibre) e professora da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Uerj), pondera que da expansão de importações de produtos chineses neste ano, o destaque foi de veículos elétricos, não de produtos de pequeno valor.

Valls ressalta que as pessoas tendem a substituir esse tipo de produto, na visão da especialista, e por isso não tende a ter muitos impactos na inflação. “Nem todo mundo compra esse tipo de produto através da internet, por meio da importação. Para ter um impacto efetivo, depende da dimensão do consumo desse produto no consumo das famílias. Se for muito alto, pode ter algum efeito”, destaca.

“Os produtos hoje importados que serão afetados pela taxa das blusinhas também são vendidos aqui internamente, mas não há muita clareza se esse aumento de taxação será o suficiente para compensar um diferencial de preço porque esses produtos importados da China são realmente muito, muito mais baratos”, completa a economista, mencionando dúvidas a respeito da magnitude de eventuais benefícios para os players nacionais.

A economista recorda que o setor segue demonstrando preocupação a respeito do tema, pois considerava a isenção uma concorrência desleal, enquanto o governo mira em ampliar a arrecadação.

“Talvez aqui a indústria doméstica brasileira realmente não seja competitiva. Muitos itens que precisam de tecido de microfibra e similares, o Brasil não é competitivo. O país já importa muito tecido porque a indústria têxtil ficou muito atrasada nesta área”, lamenta.

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