BEIRUTE (Reuters) - Algumas das principais estradas do Líbano reabriram nesta quarta-feira depois que o Exército exortou os manifestantes a desfazerem os bloqueios rodoviários para que as atividades voltem ao normal após 13 dias de protestos que paralisaram o país e forçaram o primeiro-ministro a renunciar.
A renúncia de terça-feira encerrou o governo de coalizão de Saad al-Hariri, que disse ter chegado a um "beco sem saída" na tentativa de resolver uma crise desencadeada por grandes protestos contra a elite governante.
Na manhã desta quarta-feira, tropas liberaram uma grande rota ao norte de Beirute depois de um confronto breve com manifestantes. Um grupo de soldados tentou remover um veículo que interditava a estrada antes de este se retirar, mostraram imagens da televisão Al-Jadeed.
A ponte Ring, no centro da capital, foi reaberta depois de negociações com alguns manifestantes que não queriam sair, dizendo querer que mais autoridades renunciem. Muitos manifestantes permaneceram, mas não bloquearam a estrada inteira.
Em um comunicado, o comando do Exército disse que as pessoas têm direito de protestar, mas que isso se aplica "somente a praças públicas".
O principal campo de protesto, localizado em uma praça do centro da capital, estava calmo, mas foi interditado por forças de segurança ao tráfego.
O pronunciamento de terça-feira em que Hariri anunciou sua renúncia veio depois que uma multidão leal aos grupos muçulmanos xiitas Hezbollah e Amal atacou e destruiu um campo de manifestantes no centro de Beirute.
O conflito foi o mais sério nas ruas de Beirute desde 2008, quando combatentes do Hezbollah assumiram o controle da capital durante um conflito armado de curta duração com adversários libaneses leais a Hariri e seus aliados de então.
A saída de Hariri, tradicionalmente apoiado pelo Ocidente e por aliados sunitas do Golfo Pérsico, coloca o Líbano em um território político imprevisível.
Os protestos agravaram os problemas econômicos já graves do Líbano, e bancos mantiveram as portas fechadas nesta quarta-feira.
(Por Issam Abdallah e Tom Perry)