Por Marta Nogueira e Peter Frontini
RIO DE JANEIRO (Reuters) -A produção de petróleo da Petrobras (BVMF:PETR4) no Brasil caiu 4% entre janeiro e março, ante o mesmo período do ano passado, após desinvestimentos e em meio a declínio natural de campos antigos, enquanto as vendas de derivados ficaram quase estáveis, informou a petrolífera nesta quarta-feira.
A companhia produziu média de 2,141 milhões de barris de petróleo por dia (bpd) no país no primeiro trimestre, ante 2,231 milhões de bpd um ano antes.
Na comparação com o quarto trimestre, entretanto, a produção subiu 1,4%, pontuou a Petrobras, com impulso da produção do pré-sal.
O recuo anual ocorreu apesar do avanço das operações na importante região do pré-sal, que registrou média de 1,7 milhão de bpd nos primeiros três meses do ano, uma alta de 1,2% frente a um ano antes e avanço de 3,8% versus o quarto trimestre.
A produção no pós-sal no Brasil, no entanto, foi de 383 mil bpd, queda de 18% na comparação anual e recuo de 4,5% ante o quarto trimestre.
A produção do pós-sal recuou ante o quarto trimestre "principalmente em função do encerramento da produção das plataformas P-18 e P-20 e desinvestimentos em Albacora Leste e Papa-Terra, além do declínio natural de produção", conforme informou a Petrobras.
Os efeitos negativos no pós-sal, entretanto, foram parcialmente compensados pelo início de produção de quatro novos poços na Bacia de Campos (três em Roncador e um no Polo Jubarte), adicionou a companhia.
A produção total de petróleo e gás da Petrobras, que inclui as atividades no exterior, somou 2,676 milhões de barris de óleo equivalente ao dia no primeiro trimestre deste ano, queda de 4,3% na comparação com o mesmo período de 2022.
DERIVADOS
O volume de vendas de derivados no mercado interno de janeiro a março teve uma leve queda de 0,2% na comparação anual e uma redução de 5,5% em relação ao quarto trimestre, principalmente com peso de diesel e gasolina, que sazonalmente possuem consumo mais fraco no primeiro trimestre do ano, disse a empresa.
O desinvestimento da refinaria Reman, no Amazonas, também impactou a evolução das vendas destes derivados entre os trimestres, pontuou.
Já a produção total de derivados teve queda de 4,2% no primeiro trimestre em relação ao quarto trimestre, acompanhando a redução de vendas e impactada por paradas programadas de unidades da Revap, Refap e RPBC.
Comparado ao primeiro trimestre de 2022, a produção teve queda de 4,3% em função das paradas programadas e da saída da Reman, que representava 2,4% da capacidade do parque de refino da empresa.
As vendas de diesel da Petrobras no mercado interno totalizaram 715 mil barris por dia, queda de 0,2% na comparação anual e recuo de 7% ante o quarto trimestre.
Já as vendas trimestrais de gasolina da companhia no mercado interno somaram 414 mil barris por dia, recuo de 7,4% na comparação com o quarto trimestre.
"Mesmo assim, as vendas da Petrobras no primeiro trimestre foram as maiores registradas para um primeiro trimestre nos últimos seis anos", ressaltou a empresa.
Em relação ao primeiro trimestre de 2022, as vendas de gasolina cresceram 3,1%. "Isso ocorreu, principalmente, em razão do ganho de participação da gasolina sobre o etanol no abastecimento dos veículos flex devido ao aumento de sua competitividade", disse a empresa.
O fator de utilização total do parque de refino foi de 85% no primeiro trimestre, 1 ponto percentual abaixo do quarto trimestre, disse a empresa, pontuando que o resultado foi alcançado mesmo considerando relevantes paradas programadas nas três refinarias.
"As paradas da Refap e RPBC foram as maiores paradas da história dessas refinarias, nas quais englobaram mais de 800 grandes equipamentos e contaram com a participação de mais de 10 mil pessoas no pico dos trabalhos", disse a empresa.
EXPORTAÇÕES
A exportação de petróleo da estatal somou 733 mil barris por dia no primeiro trimestre, alta de 35% na comparação anual e avanço de 19,4% ante o quarto trimestre, diante da elevação da realização de estoques em andamento de períodos anteriores e à menor importação de derivados, pela sazonalidade do consumo, afirmou a empresa.
(Por Marta NogueiraEdição de André Romani e Alexandre Caverni)