Por Catarina Demony
LISBOA (Reuters) - Novas medidas para reduzir lixos plásticos na União Europeia foram alvo de críticas de ativistas ambientalistas que dizem que elas não são suficientes, enquanto produtores ficaram preocupados com a possibilidade padrões diferentes sendo adotados no bloco.
Em uma tentativa de reduzir poluição, a UE proibiu uma série de produtos descartáveis feitos de plástico no sábado, incluindo canudos, pratos, talheres e cotonetes e afirmou que garrafas de bebidas precisam conter mais plástico reciclado.
A diretiva, que também exige que os Estados-membros reduzam o consumo de certos itens descartáveis, entrou em ação em 2019, mas os países tinham até 3 de julho para transformá-la em lei nacional.
"O plástico de uso único é o símbolo da sociedade descartável de hoje em dia e começar a eliminá-lo é um óbvio primeiro passo para enfrentar a poluição do plástico", afirmou Frédérique Mongodin, da ONG Seas At Risk. "No entanto, não podemos depender apenas da vontade política de governos nacionais."
Apenas oito Estados-membros informaram a Comissão Europeia sobre medidas colocadas em ação para substituir a diretiva, segundo a base de dados da Comissão. A maioria adotou "exigências mínimas" ou não cumpriu todas as medidas, disse a Zero Waste Europe.
Em outros, como Polônia e Bulgária, a transformação da diretiva em lei nacional ainda está em andamento ou nem começou.
Produtores de plástico também criticaram as novas regras que, segundo eles, causam o risco de fragmentar o mercado se alguns países cumprirem a exigência da UE por 30% de conteúdo reciclável em garrafas plásticas até 2030 e outros buscarem objetivos mais ambiciosos.
O resultado pode ser que alguns fabricantes possam precisar produzir produtos diferentes para países diferentes, o que não seria viável economicamente, disse uma fonte da indústria.
Em um comunicado da indústria, a Plastics Europe, que represente os fabricantes, pediu que a Comissão garanta que as orientações não estejam abertas a interpretação, para que Estados-membros não acabem adotando regras diferentes.
Segundo um porta-voz, a Comissão que estava "monitorando o processo de transposição e daria aos Estados-membros orientação e assistência quando necessário".
(Reportagem adicional de Kate Abnett em Bruxelas)