Por Richard Cowan e David Morgan e Rose Horowitch
WASHINGTON (Reuters) - O Senado dos Estados Unidos aprovou neste domingo um projeto de lei de 430 bilhões de dólares destinado a combater as mudanças climáticas, reduzir os preços dos medicamentos e aumentar alguns impostos corporativos, uma grande vitória para o presidente Joe Biden. Democratas também esperam que o tal desfecho aumente suas chances de manter controle do Congresso nas eleições deste ano.
Após uma maratona, com dois dias de debates no fim de semana e esforços republicanos para inviabilizar o pacote, o Senado aprovou a legislação conhecida como "Lei de Redução da Inflação", por 51 votos a 50, com a vice-presidente Kamala Harris desempatando a votação.
O texto agora segue para a Câmara dos Deputados para uma votação prevista para sexta-feira que pode encaminhá-la, por sua vez, à Casa Branca para a sanção de Biden.
"Agora é a hora de avançar com um pacote grande e ousado para o povo norte-americano", disse o líder da maioria no Senado, Chuck Schumer, no início do debate na noite de sábado.
Ele disse que a legislação contém "o pacote de energia limpa mais ousado da história norte-americana" para combater as mudanças climáticas, reduzindo os custos de consumo de energia e alguns medicamentos.
Os democratas receberam duros ataques dos republicanos sobre os 430 bilhões de dólares em novos gastos e cerca de 740 bilhões de dólares em novas receitas do projeto.
No entanto, os democratas esperam que sua aprovação, antes do recesso de agosto, ajude os candidatos democratas à Câmara e ao Senado nas eleições de meio de mandato de 8 de novembro, em um momento em que Biden sofre com índices anêmicos de aprovação pública em meio à inflação elevada.
O projeto de lei visa reduzir as emissões de carbono e mudar os consumidores para a energia verde, ao mesmo tempo em que reduz os custos dos medicamentos prescritos para os idosos e reforça a fiscalização dos impostos para empresas e ricos.
Como a medida se paga e reduz o déficit federal ao longo do tempo, os democratas afirmam que ajudará a reduzir a inflação, um passivo econômico que também pesou em suas esperanças de manter o controle legislativo no período que antecede a eleição presidencial de 2024.
Os republicanos, argumentando que o projeto de lei não abordará a inflação, denunciam a medida como uma lista de desejos de gastos da esquerda que mata empregos e pode prejudicar o crescimento quando a economia corre o risco de entrar em recessão.
Os democratas aprovaram o projeto de lei usando uma manobra parlamentar chamada "reconciliação", que permitiu a aprovação do projeto por maioria simples.
(Reportagem de Richard Cowan, Rose Horowitch, David Morgan e Makini Brice)