Por P.J. Huffstutter
DES MOINES, IOWA (Reuters) - Os futuros da soja em Chicago caíram nesta quarta-feira, apagando os ganhos da sessão anterior, em meio às crescentes preocupações do mercado sobre a demanda de exportação e a melhora do clima para a safra brasileira da oleaginosa.
As chuvas recentes têm aliviado as preocupações com a seca, que vinha ameaçando os rendimentos da safra de soja no Brasil, o maior exportador mundial da oleaginosa.
Os futuros do milho ficaram estáveis ou em alta, com os investidores dos mercados agrícolas ajustando suas posições antes de um relatório mensal sobre a oferta e demanda globais, previsto para sexta-feira.
Os investidores também esperam que a orientação do mercado venha do relatório trimestral do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA) sobre os estoques de grãos do país na sexta-feira, além de dados sobre a quantidade de safra que pode ser mantida pelos produtores norte-americanos em suas fazendas.
Os futuros do trigo ficaram estáveis ou ligeiramente mais altos em negociações técnicas, disseram os analistas.
Grandes partes do sul e do leste da Austrália registraram chuvas acima da média em dezembro, causando inundações em algumas áreas, mas ajudando muitos agricultores, enquanto as áreas ocidentais permaneceram secas, informou o departamento de meteorologia do país na terça-feira.
O contrato de soja mais ativo na CBOT encerrou o dia com queda de 12 centavos, a 12,365 dólares o bushel.
O trigo fechou em alta de 0,75 centavo, a 6,1075 dólares o bushel, enquanto o milho subiu 0,25 centavo, a 4,595 dólares por bushel.
A Conab reduziu a previsão da safra de soja do Brasil na quarta-feira, mas disse que ainda espera que ela seja um pouco maior do que a produção recorde da última temporada, de 154,6 milhões de toneladas.
Enquanto isso, os operadores estão cada vez mais preocupados com a demanda de exportação, já que faz semanas que o USDA não registra uma venda relâmpago de milho ou soja, disse Karl Setzer, sócio da Consus Ag Consulting.
"Na semana passada, vimos a China comprar sete navios de soja do Brasil", onde os preços são mais baixos do que nos EUA, disse Setzer. "Mas para atender à demanda esperada, a China precisaria comprar sete navios por dia. O que o mercado está percebendo é que a demanda chinesa não existe no momento".
(Reportagem adicional de Naveen Thukral, em Cingapura, e Sybille de La Hamaide, em Paris)