Por Luana Maria Benedito
SÃO PAULO (Reuters) - As taxas dos principais contratos de DI ficaram perto da estabilidade nesta quarta-feira, refletindo acomodação nos mercados mais amplos depois que os dados mais recentes de inflação de Brasil e Estados Unidos não alteraram as apostas sobre a política monetária.
No fim da tarde a taxa do DI para janeiro de 2025 estava em 9,85%, ante 9,844% do ajuste anterior, enquanto a taxa do DI para janeiro de 2026 estava em 9,68%, ante 9,675% do ajuste anterior.
Já a taxa para janeiro de 2027 estava em 9,895%, ante 9,915%, enquanto a taxa para janeiro de 2028 estava em 10,195%, de 10,21% no pregão anterior. O contrato para janeiro de 2029 marcava 10,39%, ante 10,406%.
"Juros futuros no Brasil bastante estáveis esta semana, basicamente em tom de espera, principalmente de um sinal mais claro dos juros e da política monetária nos Estados Unidos", disse Thiago Lourenço, economista da Manchester Investimentos.
"Se a gente tem dados de empregos e dados econômicos um pouco mais fracos, talvez a gente tenha uma certeza um pouco maior de que o início de corte de juros fique ainda para esse semestre. Caso a gente continue vendo uma pressão inflacionária e de serviços, é possível que a gente não tenha muita margem. Isso vai determinar a velocidade de corte de juros aqui no Brasil... Até lá a gente vai ficar nesse tom de espera."
Na véspera, dados mostraram que o índice de preços ao consumidor dos EUA subiu 0,4% no mês passado, depois de ter avançado 0,3% em janeiro. Nos 12 meses até fevereiro, os preços ao consumidor aumentaram 3,2%, de 3,1% em janeiro. Economistas consultados pela Reuters projetavam alta de 0,4% no mês e de 3,1% na base anual.
Por não terem se afastado muito das expectativas, os dados mantiveram intactas as apostas do mercado de que o Federal Reserve não mudará sua taxa básica de juros até um primeiro corte em junho.
No Brasil, o IPCA subiu 0,83%, acelerando a alta de 0,42% em janeiro e superando expectativa em pesquisa da Reuters de avanço de 0,78% no mês, informou o IBGE na terça. No entanto, isso não afetou as apostas de que o BC cortará os juros em 0,50 ponto percentual quando o Comitê de Política Monetária se reunir na semana que vem, a 10,75%, uma vez que a pressão inflacionária vista em fevereiro foi impulsionada por fatores sazonais.
"Em se tratando de Brasil, os riscos fiscais por enquanto não têm colocado muito valor nos DIs, até porque a atividade econômica de forma geral não está tão aquecida, então isso acaba equilibrando um pouco o risco de a gente retornar com uma inflação mais forte", disse Lourenço.