WASHINGTON (Reuters) - A revista The Economist pediu nesta quinta-feira que a diretora-gerente do Fundo Monetário Internacional (FMI), Kristalina Georgieva, renuncie ao cargo depois que um escândalo de manipulação de dados relacionado à China enquanto ela estava no Banco Mundial veio a público, dizendo que isso minou a credibilidade do FMI.
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A influente revista, com sede em Londres, disse em um editorial contundente que as conclusões de uma investigação externa --de que Georgieva pressionou sua equipe por mudanças nas classificações do ranking "Doing Business", do Banco Mundial, em 2017, de forma a favorecer a China-- comprometem a capacidade do FMI de agir como guardião de dados para as estatísticas macroeconômicas do mundo.
"Quem lidera o FMI deve mostrar neutralidade enquanto dois de seus maiores acionistas, Estados Unidos e China, se confrontam numa nova era de rivalidade geopolítica", disse a The Economist, acrescentando que os críticos do multilateralismo já estão citando as descobertas como evidência de que os organismos internacionais não têm capacidade de enfrentar a China.
"A próxima vez que o FMI tentar arbitrar uma disputa cambial, ou ajudar a reescalonar a dívida de um país que tomou emprestado da China, os críticos do fundo certamente citarão esta investigação para minar a credibilidade da instituição. É por isso que Georgieva, uma estimada servidora de várias instituições internacionais, deve renunciar", disse o editorial.
(Por David Lawder e Andrea Shalal)