Por Jan Wolfe e Brendan O'Brien
WASHINGTON/CHICAGO (Reuters) - O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, fez um teste para coronavírus, mas disse neste sábado que sua temperatura estava "totalmente normal", enquanto seu governo disse que estenderá proibições de viagens ao Reino Unido e à Irlanda para tentar conter uma pandemia que tem afetado grande parte da rotina norte-americana.
Depois que autoridades da Casa Branca tomaram a decisão sem precedentes de verificar a temperatura dos jornalistas que entram na sala de imprensa, Trump afirmou a repórteres que fez um teste para o vírus na noite de sexta-feira e que espera os resultados em "um ou dois dias".
Trump fez o exame após ter se reunido com uma delegação do Brasil na semana passada. Um dos integrantes da comitiva brasileira, o secretário de Comunicação Fábio Wajngarten, teve resultado positivo para coronavírus.
O presidente dos EUA disse ainda que norte-americanos devem reconsiderar viagens não essenciais e que sua administração está avaliando restrições a viagens domésticas.
O principal especialista em doenças infecciosas dos EUA, o diretor do Instituto Nacional de Alergia e Doenças Infecciosas Anthony Fauci, disse que o país registrou 2.226 casos do novo coronavírus, mas ainda não atingiu o pico do surto.
"Isso vai piorar antes de melhorar", declarou o cirurgião geral Jerome Adams na coletiva de imprensa. Mas ele acrescentou: "99% das pessoas vão se recuperar, e elas precisam saber disso".
O vice-presidente Mike Pence, responsável pela resposta do governo ao surto, disse a repórteres que o governo dos EUA estenderá ao Reino Unido e à Irlanda proibições de viagens que foram impostas primeiramente à China e ampliadas nesta semana para a Europa continental.
Linhas aéreas dos EUA, que já foram impactadas com as restrições e por uma forte queda na demanda, disseram neste sábado que estão preparando novos cancelamentos de voos.
Pence afirmou que as novas restrições entrarão em vigor à meia-noite de segunda-feira.