RIO DE JANEIRO (Reuters) -A Vale (SA:VALE3) poderá retomar atividades da usina de Timbopeba, em Mariana (MG), em até dois meses, com a implantação de trem não tripulado, utilizando de 80% a 100% de sua capacidade diária de produção, de 33 mil toneladas de finos e minério de ferro, informou a companhia em comunicado nesta quarta-feira.
A mineradora foi obrigada a paralisar a usina recentemente, após interdição da Superintendência Regional do Trabalho de Minas Gerais para atividades em áreas próximas à barragem Xingu, da mina Alegria, após o órgão concluir que havia risco de ruptura da estrutura.
No comunicado desta quarta-feira, a Vale afirmou que as atividades continuam suspensas devido à interdição e ressaltou que a barragem permanece em nível 2 de emergência, conforme Plano de Ação de Emergência de Barragens de Mineração (PAEBM), "em que não há risco iminente de ruptura".
"Em respeito ao termo de interdição... continuam suspensos o acesso de trabalhadores e a circulação de veículos na zona da inundação da barragem Xingu, incluindo da mina Alegria, sendo permitido apenas, mediante rigoroso protocolo de segurança, o ingresso de pessoas que trabalham nas atividades de estabilização da estrutura e nas ações estruturantes para implementação do trem não tripulado", disse a Vale.
A empresa explicou que, durante a fase de testes do trem não tripulado - que deverá durar entre um e dois meses-, há menor circulação de composições no ramal, com velocidade reduzida, com retorno gradual da carga transportada.
"Após a integral implementação, o trem não tripulado percorrerá um trecho de 16 km por meio de sistema de controle integrado capaz de realizar operações de aceleração e frenagem dinâmica de forma automática", disse a empresa.
A empresa reafirmou ainda que a barragem é monitorada e inspecionada por equipe técnica especializada, estando incluída no plano de descaracterização de barragens da companhia.
"Por máxima cautela, a Zona de Autossalvamento (ZAS) da Barragem Xingu permanece evacuada, não havendo a presença permanente de pessoas na área", pontuou.
(Por Marta Nogueira; edição de Nayara Figueiredo e Maria Pia Palermo)