SÃO PAULO (Reuters) - A venda de cimento no Brasil em outubro somou 5,36 milhões de toneladas, quase estável sobre o mesmo mês do ano passado e 2,3% abaixo de setembro, segundo dados divulgados nesta terça-feira pela associação de fabricantes do material, Snic.
"Teremos um final de ano difícil em função das condições econômicas locais e externas. O calendário da Copa do Mundo irá comprometer a performance de vendas do cimento e, além disso, a previsão climática aponta para chuvas acima da média", afirmou o presidente do Snic, Paulo Camillo Penna, em comunicado.
Segundo a entidade, as vendas de materiais de construção no varejo vêm apresentando retração desde meados de 2021 e acumulam queda de 7,6% de janeiro a setembro deste ano.
Para o Snic, no cenário de construção habitacional, o maior número de vendas ante lançamentos imobiliários está contribuindo para redução no estoque de obras e no consumo de cimento. No mercado de lajes corporativas, a entidade avalia que a vacância de escritórios está caindo "lentamente, inibindo novos empreendimentos de prédios comerciais".
Em outubro, as vendas de cimento caíram em três regiões do país, com mais intensidade no Norte (-6,1%) e Nordeste (-6,4%), enquanto no Sul houve retração de 1,9% na comparação com o mesmo mês de 2021.
No Sudeste, a comercialização no mês passado cresceu 2,8% na base anual e avançou 1,5% no Centro-Oeste, segundo o Snic.
No acumulado de janeiro a outubro, as vendas de cimento no Brasil somam 52,8 milhões de toneladas, queda de 2,6% sobre o mesmo período de 2021.