Por Ginger Gibson
WASHINGTON (Reuters) - Eleitores norte-americanos estão divididos entre os candidatos a presidente Donald Trump, do Partido Republicano, e sua rival do Partido Democrata, Hillary Clinton, como a melhor escolha para lidar com o tema do terrorismo depois dos ataques de Paris, mostrou uma pesquisa Reuters/Ipsos.
Perguntados sobre a melhor opção entre todos os presidenciáveis para 2016, 20 por cento dos 1.106 entrevistados entre 16 e 17 de novembro responderam Trump. Uma fatia igual dos consultados escolheu Hillary.
Devido ao fato de Hillary já ter ocupado o posto de secretária de Estado, talvez não seja surpresa ela ter ido bem na pesquisa. No entanto, a boa performance de Trump vai de encontro a uma narrativa emergente de que os ataques de Paris levariam eleitores a repensar o seu apoio ao bilionário, que lidera entre os candidatos republicanos.
Alguns especialistas e analistas políticos haviam previsto que os eleitores republicanos gravitariam agora para candidatos do establishment político, como o senador Marco Rubio e o ex-governador da Flórida Jeb Bush, que tem se saído mal nas pesquisas.
Os dois são vistos como mais fortes em política externa do que Trump e o principal rival dele, o neurocirurgião aposentado Ben Carson. Os dois não têm experiência de governo e não pertencem ao mundo político de Washington.
Durante um comício no sábado, Trump culpou as leis rigorosas de armas em Paris pelos ataques, dizendo que teria sido uma "situação muito diferente" se as vítimas estivessem armadas. Ele também afirmou que fecharia algumas mesquitas para impedir ataques extremistas muçulmanos nos Estados Unidos.
Refletindo as pesquisas para as primárias, Hillary e Trump também tiveram as melhores marcas no levantamento Reuters/Ipsos quando analisados somente os eleitores dos seus respectivos partidos. Perguntados sobre o melhor candidato democrata, 52 por cento dos democratas entrevistados escolheram Hillary. Quando republicanos foram ouvidos, 33 por cento disseram Trump.
Depois de Trump, os eleitores republicanos viram Rubio, integrante do Comitê de Relações Exteriores do Senado e conhecido pelas suas opiniões conservadoras, como o candidato mais forte (17 por cento) para lidar com terrorismo. Carson e Bush empataram com cerca de 9 por cento.
Dos republicanos entrevistados, 36 por cento afirmaram ter agora mais confiança na capacidade de Trump para ser presidente. Somente 10 por cento se disseram menos confiantes na capacidade dele depois dos ataques.
Carson e Rubio também foram vistos mais favoravelmente como potenciais presidentes pelos republicanos. Bush, contudo, não teve um impacto imediato na confiança sobre a sua capacidade para ser presidente.
O maior dano foi para um trio de republicanos que tem apresentado dificuldades para subir nas pesquisas.
Dos republicanos ouvidos, 16 por cento disseram ter agora menos confiança em Carly Fiorina, ex-presidente da Hewlett-Packard, 22 por cento disseram o mesmo sobre o governador de Ohio, John Kasich, e 19 por cento se disseram menos confiantes no senador Rand Paul.
A pesquisa tem um intervalo de credibilidade de 3,4 pontos percentuais quando considerados todos os entrevistados. Quando se olha apenas para democratas e republicanos, o intervalo é cerca de 5,4 pontos percentuais.
(Reportagem adicional de Chris Kahn e Alana Wise)