Investing.com - A semana foi marcada por altos e baixos nos mercados mundiais, oscilando entre o pessimismo com o cambaleante crescimento global e o otimismo da possibilidade de novos estímulos serem anunciados na Europa e na Ásia. As bolsas e, especialmente, as commodities como o petróleo enfrentaram grande volatilidade.
Na segunda-feira, o anúncio do crescimento do PIB chinês de 6,9% em 2015, abaixo da meta de 7%, e menor valor em décadas, trouxe um breve ânimo aos mercados. O otimismo foi logo substituído por um sentimento baixista que derrubou os mercados no mundo na quarta-feira com a revisão do crescimento global pelo FMI, que reduziu em 0,2 p.p., a expectativa de crescimento em 2016 e em 2017.
O pessimismo global se reverteu já na quinta-feira com o discurso do presidente do Banco Central Europeu, Mario Draghi, que se mostrou preocupado com a baixa inflação no continente e anunciou que a instituição poderá anunciar estímulos econômicos em março. O euro desabou frente ao dólar e os mercados mundiais ganharam fôlego e fecharam em forte alta.
Bovespa. A bolsa brasileira acompanhou os humores externos e registrou uma semana volátil, com perda acumulada de 1,4% desde segunda-feira. No cenário interno, as oscilações foram amplificadas com a comunicação dúbia do Banco Central.
Copom. O mercado operou com grande incerteza após o presidente do Banco Central, Alexandre Tombini, divulgar nota comentando a revisão do FMI, que projetou recessão de 3,5% para o Brasil neste ano. A nota foi considerada incomum por ter ocorrido no primeiro dia da reunião do Copom e trouxe a dúvida se a decisão do órgão de manter a taxa de juros inalteradas em 14,25% teria sofrido pressões políticas do Planalto. Até o início dessa semana, o mercado dava como certa a elevação da Selic em 0,5 p.p. O Tesouro Direto enfrentou forte volatilidade nas taxas e as operações foram suspensas em diversas ocasiões nesta semana.
Dólar. A moeda norte-americana registrou recorde histórico ao fechar em R$ 4,1655 na quinta-feira, repercutindo a decisão do Copom divulgada na noite anterior. O dólar, que já vinha pressionado pela procura dos investidores por ativos de menor risco, cedeu na sexta-feira com a virada de humor global, mas passou a operar no patamar de R$ 4,10, acima dos R$ 4,00 mantidos desde meados de dezembro.
Petrobras. Essa foi mais uma péssima semana para a petroleira, apesar de anunciar ter iniciado conversas para vender sua participação na Argentina. A ação perdeu o fundo de R$ 5,00 e chegou à mínima de R$ 4,26 na quarta-feira. A (SA:companhia) não surfou na alta do petróleo e cedeu 14,5% na semana, fechando na casa dos R$ 4,41. É nona semana seguida de queda nos papéis da empresa, que não registra alta desde 15-20 de novembro. No ano, os papéis preferenciais já perderam 34%.
Vale. O otimismo mundial e a recuperação do preço das commodities não foram suficientes para trazer as ações da mineradora para o positivo. A empresa (SA:VALE5) perdeu 7,7% na semana e enfrenta um forte noticiário negativo. A Moody’s colocou em revisão a nota da companhia, que enfrente uma interdição no porto de Tubarão, o que impede o embarque de 200 mil t de minério por dia.
Apple. A gigante norte-americana cortou os pedidos para fornecedores, o que pode sinalizar a primeira queda de vendas de iPhones.
Commodities
Petróleo. A commodity que despencou no início da semana com o retorno do Irã ao mercado e as dúvidas em relação ao crescimento global, atingindo a mínima desde 2003, iniciou um rali após o discurso de Draghi e recuperou o patamar de US$ 30, após fechar a US$ 26,55 na quarta-feira. O petróleo valorizou 12,5% na quinta-feira e mais de 7% na sexta-feira, fechando a semana em US$ 31,95. O Brent também subiu e é negociado a US$ 31,88, ganhando mais de 10% na semana.
Soja. O clima segue desafiando a lavoura no Mato Grosso. A Agroconsult reduziu para 99,2 milhões de t a expectativa da safra de 2016.
Indicadores
Inflação. O IPCA-15 desacelerou para 0,92%, mas é o pior resultado para o período desde 2003. IGP-M acelera para 0,83%. IPC-Fipe avança para 1,02% na segunda quadrissemana de janeiro.
Desemprego. Brasil fechou 1,5 milhão de vagas em 2015, pior dado em 24 anos.
Arrecadação. A soma dos impostos em 2015 caiu 5,62%, desempenho mais fraco desde 2010.
Aço. A venda do setor no Brasil caiu 16,1% em 2015 e deverá cair novamente neste ano.
China. O PIB do país foi de 6,9% em 2015, abaixo da meta de 7%.