BRASÍLIA (Reuters) - Centenas de motoristas do aplicativo de transporte urbano Uber protestaram nesta segunda-feira contra uma legislação que pode obrigá-los a se submeter às mesmas regras de operação de taxistas, que precisam de licenças municipais para trabalhar.
O presidente-executivo do Uber, Dara Khosrowshahi, chegou ao Brasil para fazer lobby contra o projeto de lei que deve ser votado pelo Senado na terça-feira e que ameaça o modelo de negócio da empresa no país. A legislação também ameaça rivais como a Cabify, que afirmou em mensagem a seus usuários que o projeto de lei é "um retrocesso urbano, pois pode inviabilizar o uso dos aplicativos de transporte".
O Brasil é o terceiro maior mercado do Uber, com 17 milhões de usuários. O município de São Paulo gera mais viagens para o serviço do que qualquer outra cidade no mundo, à frente até mesmo de Nova York e Cidade do México, de acordo com a companhia.
A companhia também trava uma batalha para manter suas operações em Londres, após o regulador de transporte da cidade ter considerado o aplicativo inadequado para atuar como um serviço de táxi e se recusou a renovar sua licença de operação.
A polícia disse que 800 motoristas do Uber participaram de manifestação no centro de Brasília para protestar contra o projeto de lei, que muitos dizem que inviabilizaria seu trabalho. Protestos semelhantes aconteceram em São Paulo e no Rio de Janeiro.
"O modelo de negócios que temos hoje não seria mais viável", disse o diretor de comunicação do Uber no Brasil, Fabio Sabba.
A empresa diz ter pago 495 milhões de reais em impostos federais e municipais neste ano até agora.
O projeto de lei já foi aprovado na Câmara e, se aprovado pelo Senado, vai para sanção presidencial.
(Por Anthony Boadle)