SÃO PAULO (Reuters) - A GOL Linhas Aéreas Inteligentes, maior companhia aérea do Brasil, registrou nesta quinta-feira prejuízo líquido de 409 milhões de reais no terceiro trimestre, devido principalmente à depreciação do real e aos preços mais elevados do petróleo.
A perda foi muito maior que a previsão de analistas de um prejuízo líquido de 33 milhões dólares, de acordo com dados I/B/E/S da Refinitiv, e levou a Gol (SA:GOLL4) a revisar negativamente suas estimativas para o ano inteiro.
A empresa agora espera um prejuízo líquido por ação entre 1,8 e 2 reais no ano, ante estimativa anterior de prejuízo de 1 e 1,2 real por ação. Para o próximo ano, foi mantida a estimativa de um lucro entre 1,5 a 1,9 real por ação.
O terceiro trimestre, geralmente lucrativo para as companhias aéreas, viu a Gol reverter o lucro líquido de 330 milhões de reais que registrou no mesmo período de 2017, de acordo com dado divulgado nesta quinta-feira.
A Gol é particularmente sensível às flutuações cambiais porque 77 por cento de sua dívida é em dólares. As oscilações do câmbio também afetam o poder de compra dos brasileiros e o custo de compra de petróleo, precificado em dólares. A dívida total da Gol somava de 8 bilhões de reais no fim de setembro.
A companhia aérea disse que a desvalorização do real custou à empresa 187 milhões de reais.
Ainda assim, a receita operacional líquida da Gol somou 2,89 bilhões de reais, alta de 8,3 por cento em relação ao terceira trimestre de 2017.
Nos nove meses até agora este ano, a Gol registrou uma perda acumulada de 1,588 bilhão de reais, ante lucro de 14,7 milhões de reais no mesmo período de 2017.
(Por Marcelo Rochabrun)