Brasília, 15 mar (EFE).- O Banco Central prevê que as taxas de juros chegarão perto dos "mínimos históricos" neste ano no país devido a desaceleração que a crise causa na economia nacional, aponta relatório divulgado nesta quinta-feira da instituição.
"Existe a possibilidade de concretização de um cenário que contempla a taxa Selic se deslocando para patamares ligeiramente acima dos mínimos históricos, e nesses patamares se estabilizando", diz a ata da última reunião do Comitê de Política Monetária do Banco Central (Copom), divulgada nesta quinta-feira.
Nessa última reunião, da semana passada, a taxa de referência foi reduzida de 10,50% para 9,75% anual e essa tendência, como indica o documento, deverá manter-se nos próximos meses se não houver mudanças significativas no cenário econômico global.
Segundo o Comitê de Política Monetária do Banco Central, os juros básicos poderiam chegar a 8,75%, que é a taxa mínima do Brasil em sua história.
As elevadas taxas de juros são alvos de queixas constantes da indústria pela incidência direta no custo dos créditos e também pelo atrativo que representam, em tempos de crise, para o ingresso da capital especulativo.
As próprias autoridades monetárias reconhecem que as taxas de juros pressionam a moeda nacional, que nos últimos meses mostrou sustentada valorização em relação ao dólar, o que encarece as exportações do país e afeta a competitividade.
Para combater essa tendência, o Governo anunciou neste mês diversas medidas para endurecer as condições do ingresso de capital especulativo e a busca de financiamento mais barato no exterior.
A última dessas medidas foi anunciada nesta semana e amplia de três a cinco anos a incidência do imposto que taxa em 6% os empréstimos externos. EFE