Frankfurt (Alemanha), 8 mar (EFE).- O Conselho do Banco Central Europeu (BCE) deixou nesta quinta-feira inalterada a taxa de juros em 1% e espera ver os efeitos da segunda injeção de liquidez para três anos na economia real.
O BCE informou em Frankfurt que também manteve a facilidade marginal de crédito, pela qual empresta dinheiro aos bancos durante um dia, em 1,75%, e a facilidade de depósito em 0,25%.
Além disso, o Banco da Inglaterra manteve as taxas de juros em 0,5% e deixou inalterada a dotação de seu programa de emissão de dinheiro para a reativação do mercado creditício.
O BCE também publica nesta quinta-feira suas novas projeções macroeconômicas de crescimento e inflação. A entidade monetária europeia prevê que a economia da zona do euro sofra uma suave recessão este ano.
Além disso, em entrevista coletiva na sede central em Frankfurt, o presidente do BCE, Mario Draghi, dará previsivelmente detalhes da troca de sua posse de títulos de dívida soberana grega para evitar que a Grécia aplique a reestruturação obrigatória, as cláusulas de ação coletiva.
A reunião do Conselho do BCE acontece horas antes de vencer o prazo para que os credores privados digam definitivamente se aceitam voluntariamente o perdão da dívida da Grécia.
"O BCE escolheu se concentrar na provisão de liquidez, mediante empréstimos a três anos aos bancos. Isto aliviou as pressões de liquidez para os bancos, melhorou a confiança investidora e abaixou notavelmente a rentabilidade dos bônus na Itália e Espanha", considera a assessora econômica da empresa de consultoria Ernst & Young Marie Diron.
"Ainda é muito cedo, mas parece que esta operação de refinanciamento a longo prazo evitou uma crise do crédito séria, que teria levado a zona do euro a uma profunda depressão", afirma Diron.
Apesar da estabilização da economia na zona do euro, ainda são necessárias taxas de juros muito baixas para apoiar o crescimento econômico.
A economia da zona do euro enfrenta condições muito desafiadoras com programas de austeridade orçamentária que representam mais de 1% do Produto Interno Bruto (PIB), um crescente aumento do desemprego e baixa concessão de créditos apesar das ações do BCE, disse Diron.
O BCE emprestou a três anos a quantidade recorde de mais de meio trilhão de euros a 800 bancos da zona do euro a condições muito favoráveis, já que as taxas de juros se situam atualmente em 1%. EFE