La Paz, 26 jul (EFE).- O Governo da Bolívia declarou hoje estar
seguro de que o país aumentará suas vendas de gás para o Brasil e,
com isso, garantirá um crescimento econômico de 4% neste ano, em uma
das previsões mais altas para a região.
O ministro da Fazenda boliviano, Luis Arce, disse hoje ao canal
estatal de televisão que o Brasil vai precisar de mais gás durante o
verão para a refrigeração nas cidades.
Para Arce, essa demanda aumentará o consumo de energia e,
portanto, do gás natural importado da Bolívia.
Na semana passada, o Instituto Nacional de Estatística (INE)
boliviano informou que, no primeiro trimestre do ano, a economia do
país cresceu 2,1%, mas o setor de hidrocarbonetos, o principal na
Bolívia, teve perdas de 20%.
Segundo Arce, a Bolívia "é um dos poucos, talvez o único" país da
região que exibe uma cifra positiva quanto ao Produto Interno Bruto
(PIB), apesar da baixa no setor de hidrocarbonetos.
Durante este ano, a demanda de gás boliviano no Brasil teve altos
e baixos. Nos últimos dias, teve uma breve subida, mas voltou a cair
de 30 milhões para 24 milhões de metros cúbicos diários.
A diminuição nas importações do Brasil "está nos arrastando para
uma menor taxa de crescimento", explicou Arce, ao acrescentar que
não crê que essa situação vá se manter porque o consumo brasileiro
deve aumentar no próximo verão.
No começo de 2009, a Comissão Econômica Para a América Latina e o
Caribe (Cepal) estimou que a economia da Bolívia crescerá 2,5% até
dezembro, enquanto o Fundo Monetário Internacional (FMI) situou a
projeção em 2,2%.
No entanto, para as autoridades bolivianas, a alta de 2,1% no PIB
no primeiro trimestre é um sinal de que os 4% serão obtidos neste
ano.
De acordo com Arce, essa é a maior previsão de crescimento
econômico entre os países-membros e associados do Mercosul. EFE