Berlim, 25 nov (EFE).- O Bundersrat, câmara alta do Parlamento alemão, homenageou nesta sexta-feira as dez vítimas de um grupo terrorista neonazista descoberto em novembro, e propôs a extinção do partido radical NPD.
No ato, os 16 estados federados do país se comprometeram a trabalhar com as autoridades federais para esclarecer rapidamente os fatos e extrair consequências dos erros cometidos pelas forças de segurança, que desconheciam a existência do grupo, que há uma década cometia assassinatos e roubava bancos.
"As vítimas, familiares e amigos nos consideram culpados", afirmou o presidente do estado federal da Baviera, Horst Seehofer, ao ler a declaração firmada pelos "länder" (estados federados).
"Estamos profundamente envergonhados porque, após os crimes absurdos do regime nazista, esta ideologia extremista provocou em nosso país uma série de crimes inimagináveis", acrescentou Seehofer.
O Bundersrat incentivou o governo federal a estudar, em conjunto com os "länder", se a série de assassinatos da organização nazista pode derivar em um processo de proibição contra o partido NPD.
O presidente da Alemanha, o conservador Christian Wulff, está estudando criar um dia em homenagem às vítimas.
A trama neonazista veio à tona com a descoberta de um carro incendiado em Eisennach, ocupado com os corpos de dois integrantes do grupo terrorista, Uwe Mundlos e Uwe Bohnhardt, respectivamente de 38 e 34 anos, que aparentemente tinham se suicidado.
Pouco depois, Beate Zschape, de 36 anos, a terceira integrante do grupo, se entregou às autoridades após atear fogo à casa em que vivia com Mundlos e Bohnhardt.
Alguns dias depois, Holger G, de 37 anos, um suposto cúmplice do grupo, foi detido porque cedeu sua documentação aos assassinos para que alugassem casas e veículos.
Entre os escombros da casa incendiada por Zschape, os policiais encontraram publicidade da produtora audiovisual "Aemedig", o que levou seu proprietário, André E, a ser detido na quinta-feira, fazendo subir para cinco o número de prisões de envolvidos nesta organização. EFE