Cairo, 5 ago (EFE).- A dança do ventre gerou um acalorado debate
no Parlamento egípcio, onde deputados se posicionam a favor e contra
a criação de uma escola oficial para o estudo desta arte.
A iniciativa, promovida pelo Ministério de Educação, fez aumentar
a tensão entre o Executivo e os parlamentares independentes e de
orientação islâmica, informa hoje o site de notícias "Al Masrawi".
De acordo com a página eletrônica, os deputados do grupo Irmãos
Muçulmanos, liderados por Ali Laban, Mohammed Amre, Sad Abud e Gamal
Zahran, acusaram o Governo de violar a Constituição.
Na opinião deles, a Constituição considera a "sharia" (lei
islâmica) a principal base da legislação. Portanto, a dança do
ventre, contrária às doutrinas islâmicas, seria ilegal, já que
mostrar partes do corpo é algo "completamente proibido" no Islã.
Em carta enviada a Hani Hilal, ministro da Educação, os
parlamentares islâmicos disseram que "a ideia de criar uma
instituição na qual os estudantes que quiserem podem estudar a dança
do ventre obriga (o ministro) a renunciar ao cargo, em conformidade
com as normas constitucionais".
"A criação desta instituição é um crime e um insulto à educação",
escreveram os deputados na carta.
Porém, a iniciativa é apoiada por outros islâmicos. Gamal
al-Bana, irmão do fundador dos Irmãos Muçulmanos no Egito, Hassan
al-Bana, acha que "a dança do ventre é permitida porque todo mundo é
livre para ver ou não (as apresentações)". EFE