Washington, 10 jul (EFE).- O déficit comercial dos Estados Unidos
caiu (9,8%) bem mais do que o esperado entre abril e maio, para US$
25,962 bilhões, e atingiu seu menor patamar em dez anos, graças ao
aumento das exportações e à queda das importações.
Depois de o saldo negativo no comércio americano de bens e
serviços ter aumentado em março e abril, a maioria dos analistas
havia calculado que, em maio, o déficit nas trocas comerciais fosse
variar de US$ 28,8 bilhões a US$ 29,5 bilhões.
A queda surpreendeu. Assim como o déficit comercial acumulado nos
EUA entre janeiro a maio, que foi de US$ 145,944 bilhões, bem menor
que o de US$ 305,323 bilhões registrado nos cinco primeiros meses de
2008.
Os dados do Governo mostraram ainda que as exportações de bens e
serviços no país cresceram 1,56% no quinto mês do ano - a maior alta
desde junho de 2008 -, para US$ 123,310 bilhões. Já o total das
importações caiu 0,6%, para US$ 149,272 bilhões.
Os déficits comerciais com Canadá, União Europeia (UE) e Japão
foram os mais baixos em vários anos, acrescentou o Departamento de
Comércio.
A desvalorização do dólar pode ter contribuído muito para esses
resultados, assim como as medidas de estímulo econômico tomadas pela
China, que fizeram aumentar a demanda por maquinarias pesadas.
A expectativa agora é que a surpreendente melhora na balança
comercial ajude a contração do Produto Interno Bruto (PIB) no
segundo trimestre ser menor que a esperada. No ano passado, a
diminuição do déficit já tinha impedido um encolhimento ainda menor
da economia americana, apesar de ser um sintoma da desaceleração do
setor produtivo.
O relatório do Governo americano divulgado hoje mostra que o
superávit dos países da América Latina e do Caribe no comércio de
bens com os EUA caiu 15% entre abril e maio, para US$ 3,378 bilhões.
Nos cinco primeiros meses do ano, o superávit da região nas
trocas comerciais totalizou US$ 15,650 bilhões, soma 61,2% menor que
a registrada no mesmo período de 2008.
Já as importações americanas de produtos oriundos da América
Latina e do Caribe diminuíram de US$ 155,029 bilhões entre janeiro e
maio de 2008 para US$ 106,251 bilhões nos mesmo período deste ano.
Em maio, 10,2% do déficit total no comércio de bens dos EUA, que
somou US$ 32,988 bilhões, foi gerado nas trocas comerciais com a
América Latina. Excluindo o México, a Venezuela e a Colômbia, a
região teve um saldo negativo no comércio com os EUA.
Já o superávit da União Europeia (UE) no comércio de bens com os
EUA caiu 48,1% de abril para maio, para US$ 2,770 bilhões. Nos cinco
primeiros meses do ano, essa queda foi de 51,2% (para US$ 19,354
bilhões) na comparação com o mesmo período de 2008, quando as trocas
totalizaram US$ 39,695 bilhões.
Os dados do Governo americano indicam ainda que, em maio, 8,3% do
déficit comercial dos EUA, que somou US$ 32,988 bilhões, foi gerado
no comércio com o bloco europeu.
O Departamento de Comércio informou ainda que o déficit dos EUA
nas trocas comerciais com os países do Leste da Ásia caiu 5,8% entre
abril e maio, para US$ 19,887 bilhões.
O déficit americano com essa região nos cinco primeiros meses
deste ano totalizou US$ 105,403 bilhões, soma 22,7% menor que a
aferida em igual período de 2008 (US$ 136,374 bilhões). EFE