Brasília, 22 set (EFE).- A ministra-chefe da Casa Civil, Dilma
Rousseff, disse hoje que a nova riqueza petrolífera do pré-sal,
encontrada em águas profundas do Oceano Atlântico, "vai antecipar a
saída do país da pobreza".
A ministra, provável candidata do PT à Presidência nas eleições
de 2010, inaugurou um seminário sobre petroleiro em Brasília e
esclareceu que as grandes descobertas de petróleo "não garantirão
nada" se não forem devidamente administradas.
Segundo Dilma, o pré-sal será benéfico para o Brasil na medida em
que "houver vontade política para transformar a riqueza natural em
uma riqueza social e humana".
A ministra reiterou que esse petróleo, que deve começar a ser
explorado a partir de 2017, "não deslumbrará o Brasil" e será usado
para combater a pobreza que ainda existe no país, apesar dos avanços
sociais dos últimos anos.
Dilma também disse que ainda não se sabe com certeza o tamanho
dessas reservas, que alguns especialistas calculam em, pelo menos,
entre 50 bilhões e 80 bilhões de barris.
"Só sabemos que há um volume imenso, que pode levar o país a se
transformar em uma das grandes certezas petrolíferas do futuro",
disse.
A ministra defendeu também o marco legal que o Governo propôs
para a prospecção do pré-sal, que foi recebido com reservas por
alguns setores da oposição, devido ao poder que concede ao Estado na
indústria petrolífera.
"Esse bilhete premiado que se chama pré-sal requer um marco
regulador, que é fundamental para evitar os grandes problemas que
surgem com a abundância de recursos naturais", disse.
Segundo Dilma, o projeto que o Governo apresentou ao Congresso se
baseia em duas premissas básicas.
"A primeira é que esse petróleo pertence ao povo e ao Estado, e
a segunda é que o Brasil não será um mero exportador de petróleo,
mas se transformará em um grande produtor e exportador de
derivados", afirmou. EFE