Bancos brasileiros foram questionados por Tesouro dos EUA sobre ações envolvendo Lei Magnitsky, diz fonte
Por Fabricio de Castro
SÃO PAULO (Reuters) - O dólar fechou a quarta-feira em baixa ante o real, acompanhando o recuo da moeda norte-americana no exterior após dados do mercado de trabalho nos Estados Unidos reforçarem a perspectiva de corte de juros pelo Federal Reserve em setembro.
O dólar à vista fechou o dia com queda de 0,38%, aos R$5,4541. No ano, a divisa acumula baixa de 11,73%.
Às 17h03 na B3 o dólar para outubro – atualmente o mais líquido no Brasil -- cedia 0,32%, aos R$5,4880.
A moeda norte-americana recuou no Brasil durante todo o dia, acompanhando o sinal negativo vindo do exterior. O movimento foi mais intenso no fim da manhã, depois que dados mostraram enfraquecimento da demanda por mão de obra nos Estados Unidos, fortalecendo as expectativas do mercado quanto ao corte de juros pelo Fed.
Números do Departamento do Trabalho dos EUA mostraram que as vagas de emprego em aberto -- uma medida da demanda do mercado de trabalho -- caíram mais do que o esperado, para 7,181 milhões em julho. Economistas consultados pela Reuters esperavam 7,378 milhões.
A perspectiva de corte de juros pelo Fed -- que em tese torna o Brasil, onde os juros estão elevados, ainda mais atrativo ao capital internacional -- fez o dólar à vista atingir a cotação mínima de R$5,4346 (-0,73%) às 11h12, logo após a divulgação dos números do mercado de trabalho dos EUA.
No início da tarde a moeda ensaiou uma recuperação, atingindo a máxima de R$5,4698 (-0,09%) às 13h19, mas as cotações voltaram a ceder logo depois.
Durante o dia o mercado também esteve atento ao julgamento do ex-presidente Jair Bolsonaro no Supremo Tribunal Federal (STF) por tentativa de golpe de Estado. Mais do que o resultado do julgamento em si, os agentes monitoram possíveis novas medidas de retaliação dos EUA ao Brasil, após o governo do presidente Donald Trump utilizar o processo contra Bolsonaro como um dos motivos para a tarifação dos produtos brasileiros.
"Dependendo do que ocorrer, talvez ele implique novas sanções contra o Brasil. Ainda não faz preço, mas o julgamento é acompanhado", disse Rugik.
Além disso, conforme Rugik, investidores já começam a se posicionar para a possibilidade de futuras captações externas por empresas brasileiras, na esteira da captação feita na véspera pelo Tesouro Nacional.
De acordo com Bruno Shahini, especialista em investimentos da Nomad, a captação do Tesouro "abriu caminho para novas emissões corporativas, fortalecendo a perspectiva de maior entrada de capitais via emissões de títulos ainda este ano".
No exterior, às 17h08 o índice do dólar -- que mede o desempenho da moeda norte-americana frente a uma cesta de seis divisas -- caía 0,23%, a 98,179.
Pela manhã o Banco Central vendeu toda a oferta de 40.000 contratos de swap cambial tradicional em operação de rolagem.