Investing.com – Com base no cenário atual de apreciação da moeda americana, a XP (BVMF:XPBR31) decidiu ajustar a projeção para o dólar ao final deste ano, com revisão de R$4,70 para R$5,10, mas afirmou que não houve mudanças na avaliação estrutural. Dessa forma, estima dólar em R$4,85 para final do ano que vem e R$5 no término de 2025, conforme aponta em relatório divulgado aos clientes e ao mercado nesta quinta, 05.
“O câmbio real está desvalorizado para padrões históricos”, afirma o economista Rodolfo Margato, que lembra que juros mais altos no exterior e incertezas fiscais pressionam o câmbio.
“O índice DXY - que mede o valor do dólar ante uma cesta de moedas fortes - subiu cerca de 5% nos últimos dois meses, e o diferencial de juros entre Brasil e Estados Unidos atingiu o menor patamar em mais de 15 anos (excluindo o período pandêmico)”, completa Margato.
Cenário brasileiro
O relatório Brasil Macro Mensal de outubro da XP cita a robustez da atividade econômica, mas com sinais de desaceleração. Assim, a XP manteve as projeções de alta do Produto Interno Bruto (PIB) em 2,8% para este ano e 1,5% para 2024. Para 2025, a expectativa é de elevação de 1,8%, próximo do que é tido como crescimento potencial, segundo os economistas da XP.
A XP espera um déficit primário do setor público de 0,9% do PIB neste ano e de 0,7% do PIB em 2024 e 2025, com alta na trajetória da dívida e riscos para a sustentabilidade fiscal. “No Brasil, a fragilidade está na dinâmica das contas públicas. O novo arcabouço fiscal só levará à estabilização da dívida se as receitas fiscais aumentarem significativamente nos próximos anos, o que é incerto (e improvável). Com a instabilidade fiscal, é difícil fazer previsões de longo prazo para variáveis nominais. Por outro lado, avanços institucionais, como a autonomia do Banco Central, ajudam a trazer alguma previsibilidade”, aponta a XP.
O documento ainda traz expectativa de inflação medida pelo Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) de 4,8% para 2023, 3,9% para 2024 e 4,0% em 2025. Para a Selic, os economistas esperam que o Comitê de Política Monetária (Copom) continue a cortar os juros em meio ponto percentual nas próximas decisões e estimam que os juros caiam para 10% no final de 2024 e 9,00% no final de 2025, mais próximo da taxa neutra.
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