Embraer dispara +20% em dois dias; não foi surpresa para esses modelos financeiros
Investing.com — O dólar apresentava queda expressiva nesta segunda-feira, reagindo à decisão inesperada da Moody’s de rebaixar a nota de crédito soberano do país, em meio à expectativa de votação de um novo pacote tributário promovido pelo governo Trump.
Por volta das 7h45 de Brasília, o Índice do Dólar, que mensura o desempenho da moeda americana frente a uma cesta composta por seis divisas, cedia 0,89%, a 100,05 pontos.
A Moody’s reduziu a classificação de crédito dos EUA de ‘AAA’ para ‘Aa1’, justificando a mudança pela ausência de medidas concretas, ao longo de sucessivas administrações, para conter a escalada da dívida federal, que já soma US$ 36 trilhões. Com isso, a agência se alinha às demais casas de rating, encerrando a era da classificação máxima para os títulos soberanos americanos.
O movimento levou o dólar a recuar frente aos seus principais pares, encerrando uma sequência de quatro semanas de valorização, período marcado pelo otimismo renovado com as negociações comerciais e pela reaproximação entre Washington e Pequim, fatores que amenizaram temores relacionados à desaceleração econômica global.
O rebaixamento ocorreu no mesmo momento em que um comitê da Câmara dos Representantes aprovou, no domingo, o projeto de reforma tributária proposto por Donald Trump, que segue agora para votação no plenário da Casa. A proposta pode adicionar entre US$ 3 trilhões e US$ 5 trilhões à dívida pública americana na próxima década.
Analistas do ING destacaram em nota que “o vínculo entre o risco soberano dos EUA, os Treasuries e o dólar envolve decisões de alocação internacional de capital. Os investidores globais estão realocando seus portfólios para fora dos EUA?”
Apesar da incerteza, os dados TIC do Tesouro divulgados na sexta-feira, com números referentes a março, ainda não apontam para uma saída generalizada. Investidores estrangeiros mantiveram o apetite por ativos americanos naquele mês, com contas oficiais elevando suas posições em Treasuries em US$ 26 bilhões. Dentro desse total, as participações da China diminuíram em US$ 19 bilhões.
Europa
O euro (EUR/USD) avançava 0,7%, cotado a 1,1243, beneficiando-se da menor atratividade do dólar, à espera da divulgação do índice final de preços ao consumidor de abril na zona do euro, que deve indicar alta mensal de 0,6% e variação anual de 2,2%. Mesmo com esse avanço, o BCE ainda é amplamente esperado para iniciar o ciclo de afrouxamento monetário em junho, quando o conselho de governadores se reúne.
A principal atenção da semana, no entanto, está voltada para a prévia dos PMIs de maio, a ser divulgada na quinta-feira. “Até agora, o sentimento empresarial europeu tem se mantido relativamente resiliente. Se esse padrão for mantido, o euro deve continuar encontrando suporte como opção líquida frente ao dólar”, avaliou o ING.
A libra esterlina (GBP/USD) subia 0,7%, a 1,3367, em resposta ao avanço nas negociações entre Reino Unido e União Europeia, que chegaram a um entendimento de 12 anos sobre o acesso de embarcações europeias às águas britânicas, em mais uma rodada de redefinição pós-Brexit.
“Acreditamos que uma convergência regulatória mais ampla entre Londres e Bruxelas favorece a libra. Progresso adicional pode levar o EUR/GBP abaixo de 0,8400 e o GBP/USD à faixa de 1,3360–1,3400”, destacou o ING.
Ásia
Na Ásia, o iene subia 0,5% contra o dólar no par USD/JPY, a 144,90, após declarações do vice-governador do Banco do Japão indicando disposição para aumentar os juros caso a atividade doméstica consiga absorver os efeitos negativos das tarifas americanas.
Na semana passada, dados oficiais mostraram que o PIB japonês contraiu mais do que o esperado no primeiro trimestre de 2025, com queda anualizada de 0,7% — o primeiro recuo em um ano.
O iuane registrava queda marginal de 0,1% contra o dólar no par USD/CNY, a 7,2127, após a divulgação de dados mais robustos da produção industrial da China em abril. A atividade fabril se manteve firme, apesar do impacto persistente das tarifas americanas. Por outro lado, o consumo interno deu sinais de enfraquecimento, com vendas no varejo abaixo das projeções.
O dólar australiano (AUD/USD) recuperava 0,3%, alcançando 0,6424, após três sessões consecutivas de desvalorização superiores a 1%. O mercado já precifica um corte de 0,25 ponto percentual na taxa básica pelo Reserve Bank of Australia, cuja reunião ocorre nesta terça-feira. A desaceleração da inflação abre espaço para uma resposta mais cautelosa diante dos riscos globais.