Dólar devolve ganhos iniciais ante real com crise da Ucrânia impulsionando commodities

Publicado 02.03.2022, 13:07
Atualizado 02.03.2022, 14:25
© Reuters. Cédulas de 50 reais e de 10, 20 e 50 dólares
10/09/2015 REUTERS/Ricardo Moraes

Por Luana Maria Benedito

SÃO PAULO (Reuters) - O dólar devolveu completamente ganhos iniciais acentuados nesta quarta-feira, em pregão que começou mais tarde e terá horário reduzido na volta do Carnaval, com a disparada nos preços das commodities devido à crise da Ucrânia apoiando divisas de países exportadores.

Às 14:21 (de Brasília), o dólar à vista recuava 0,11%, a 5,1504 reais na venda, depois de ter chegado a subir 1,32% no pico do dia, a 5,2243 reais.

Na B3 (SA:B3SA3), às 14:21 (de Brasília), o contrato de dólar futuro de primeiro vencimento caía 0,37%, a 5,1925 reais.

À medida que a Rússia não dava sinais de interromper os ataques à Ucrânia, reunindo tropas cada vez mais perto da capital Kiev, várias nações ocidentais têm anunciado nos últimos dias duras sanções contra indivíduos, empresas e órgãos estatais russos.

Nesse contexto, que elevou temores de restrições de oferta, o petróleo do tipo Brent ultrapassou os 110 dólares por barril pela primeira vez desde 2014 nesta quarta-feira, enquanto os preços de outras commodities importantes, como milho e trigo, também têm disparado nos últimos dias.

Em relatório desta quarta-feira, estrategistas do Citi afirmaram que, sob o ângulo da alta das commodities, é possível que moedas de países latino-americanos tenham desempenho superior ao de seus pares emergentes mais amplos em meio à guerra na Ucrânia, embora a "força geral do dólar" possa deixar as negociações "andando de lado" por ora.

O índice do dólar contra uma cesta de moedas avançava cerca de 0,2% nesta tarde.

Alexandre Netto, chefe de câmbio da Acqua-Vero Investimentos, disse à Reuters que os receios geopolíticos tendem a incentivar uma rotação de ativos considerados arriscados --como divisas de países emergentes-- para investimentos vistos como seguros, mas compartilha da visão de que "a explosão no preço de commodities torna alguns investimentos no Brasil muito atraentes para o capital estrangeiro".

As moedas de México, Chile e Peru --países latino-americanos cujas economias, assim como a brasileira, são dependentes da exportação de commodities-- rondavam a estabilidade nesta quarta-feira. A divisa da Colômbia, por sua vez, avançava 1%.

Um índice do JPMorgan (NYSE:JPM) para moedas de mercados emergentes mais amplos caía nesta tarde.

Além de monitorar o noticiário geopolítico, investidores também reagiam a comentários do chair do banco central dos Estados Unidos, Jerome Powell, que indicou nesta quarta-feira que o Federal Reserve segue no caminho de elevar os juros, apesar das tensões geopolíticas.

Powell disse que está inclinado a apoiar um aumento de 0,25 ponto percentual na reunião de política monetária de março, mas afirmou que o Fed está preparado para agir de forma mais agressiva posteriormente se a inflação não diminuir conforme o esperado.

Custos de empréstimo mais altos na maior economia do mundo tendem a beneficiar o dólar globalmente, embora participantes tenham apontado o patamar elevado da taxa Selic --atualmente em 10,75% ao ano-- como um colchão para o real.

Em meio a juros brasileiros atraentes para estratégias que lucram com diferenciais de taxas de empréstimo, o dólar engatou em fevereiro seu quarto mês seguido de perdas frente à moeda brasileira, período em que se desvalorizou 8,61%.

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