Investing.com – Após o Federal Reserve pausar as altas nos juros, bancos e analistas promovem revisões nas suas perspectivas para o câmbio brasileiro, afetado também por resultados recorde na balança comercial.
Assim, o UBS BB ajustou projeções para o dólar para R$4,60 no terceiro trimestre, R$4,80 para o quarto trimestre e R$5 para o primeiro e segundo trimestres do ano que vem. Antes, as projeções eram de R$4,85, R$5 e 5,25, respectivamente.
Segundo o UBS BB, entre os principais impulsionadores desta tese, a pausa nos cortes dos juros, o fôlego do andamento da reforma tributária, a manutenção da meta de inflação e perspectivas econômicas mais favoráveis.
No entanto, o banco destaca ainda mais a balança externa. O Brasil registrou superávit comercial recorde de US$ 43,4 bilhões entre janeiro até a terceira semana de junho mais de US$10 bilhões acima do recorde anterior, estabelecido em 2017.
“O maior número deste ano se deve tanto ao crescimento das exportações e uma retração nas importações. Esperamos superávit recorde acima de US$ 70 bilhões para o ano inteiro, acima dos US$ 62 bilhões do ano passado”, reforça o UBS BB.
Entre os fatores a serem observados, estão a política econômica, crescimento do Produto Interno Bruto (PIB), inflação, política monetária, saldos externos e fiscais. No cenário externo, atenção voltada ao crescimento econômico, política monetária, sentimento de risco e geopolítica, elenca o banco.
Também em relatório, o banco Rabobank aponta que o cenário externo traz desafios por vir, mesmo com o processo de aperto monetário mais perto do fim. Com a perspectiva de afrouxamento da política monetária local, e riscos fiscais e climáticos, a projeção do banco é de que o dólar fique em R$5,05 no fim de 2023 e em R$5,15 terminando o ano que vem.
Entre os fatores levados em consideração para este cenário, estão, no ambiente externo, a tentativa de controle inflacionário pelo Federal Reserve dos Estados Unidos e pelo Banco Central Europeu (BCE), além de dados de atividade mostrando crescimento desigual na China.
A nível local, o Rabobank enxerga um momento mais desafiador para a inflação sem o efeito da desoneração de combustíveis, mercado de trabalho ainda aquecido e risco de El Niño.
A aprovação de reformas como o novo arcabouço fiscal e recordes de superávit na balança comercial também são fatores que corroboram com essa tese, no entendimento do banco.
Atuando na direção de apreciação do real brasileiro, o banco cita a “antecipação pelo mercado por cortes de juros nos EUA, alta taxa de juros local, recuperação da atividade na China, safra brasileira de grãos recorde e aprovação de reformas pragmáticas”.
Por outro lado, entre as forças de depreciação para o real brasileiro, o banco vê “a diminuição do spread entre taxas de juros local e global, menor efeito da safra sobre os fluxos comerciais, dúvidas residuais quanto à saúde fiscal do país, além da incerteza quanto a riscos climáticos como o El Niño”.
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