Investing.com – O dólar se afastou da máxima de 14 anos frente a uma carteira de moedas nesta quarta-feira, com os investidores temendo a valorização ainda maior do dólar antes de terem novos indícios sobre a força da economia dos EUA e sobre o ritmo de aumento das taxas de juros em 2017.
O índice dólar americano, que mede a força da moeda em relação a uma carteira ponderada de seis das principais moedas do mundo, apresentou queda de 0,4%, a 102,83.
O índice atingiu a máxima de 103,81 nesta terça, o nível mais alto desde dezembro de 2002, após o Institute for Supply Management (Instituto da Gestão de Suprimentos, em tradução livre) afirmar que a atividade industrial atingiu uma máxima de dois anos em dezembro.
Os dados otimistas aumentaram as expectativas de um maior ritmo de aperto da política econômica pelo Federal Reserve neste ano, após o banco aumentar as taxas de juros pela primeira vez em um ano no mês passado.
O banco central americano publicará as atas da sua reunião de dezembro às 17h de hoje, no horário de Brasília, e os analistas as examinarão buscando indícios de que os diretores estão mais otimistas com o crescimento do que mostraram as projeções econômicas trimestrais, divulgadas após a reunião.
Os analistas também estarão atentos às declarações dos representantes do Fed a respeito de possíveis mudanças nas políticas fiscais sob a administração Trump e as possíveis reações do banco a mudanças que podem estimular o crescimento e a inflação.
Os mercados estão aguardando o relatório que sai na sexta-feira sobre os empregos não agrícolas dos EUA de dezembro, buscando sinais de crescimento sólido do mercado de trabalho, o que pode fazer com que o Fed aumente os juros.
Taxas de juros mais altas costumam impulsionar o dólar, já que o tornam mais atraente para investidores que buscam rendimentos seguros.
O dólar recuou levemente frente ao iene, com o par USD/JPY em queda de 0,17%, cotado a 117,54, fora da máxima de três semanas de 118,6, atingida nesta terça-feira.
O porta-voz do governo japonês, Yshihide Suga, afirmou nesta quarta-feira que Tóquio deve monitorar de perto o mercado para identificar eventuais movimentos unilaterais ou especulativos no iene, mas não comentou sobre os níveis atuais da moeda.
O euro apresentou alta, com o par EUR/USD avançando 0,29%, operando a US$ 1,0435, apoiado por relatórios que mostraram que a atividade empresarial na área do euro expandiu-se no ritmo mais acelerado dos últimos cinco anos e a inflação do bloco atingiu o nível mais alto dos últimos três anos.
A moeda única chegou a atingir uma mínima de 1,0341 nesta terça, o menor nível desde dezembro de 2002.
A libra também avançou, com o par GBP/USD registrando alta de 0,37%, cotado a 1,2283, recuperando-se de uma mínima de dois meses de 1,2197, atingida durante a noite.
A libra foi impulsionada por dados que mostraram que o setor de construção civil do Reino Unido desfrutou de crescimento sólido em dezembro, e por outro relatório, que mostrou que o crédito do consumidor em novembro apresentou crescimento ao ritmo mais acelerado desde março de 2005.