Petrobras eleva produção e bate recorde de exportação de petróleo
Por Fabricio de Castro
SÃO PAULO (Reuters) - O dólar passou a apresentar leves baixas ante o real nesta feira, acompanhando o recuo da moeda norte-americana ante outras divisas no exterior, após o índice de preços ao consumidor (CPI, na sigla em inglês) dos EUA reforçar perspectiva de corte de juros pelo Federal Reserve.
Às 10h48, o dólar à vista cedia 0,13%, aos R$5,3788 na venda.
Na B3, o contrato de dólar futuro de primeiro vencimento caía 0,12%, a R$5,3875.
Antes dos dados do CPI o dólar oscilava próximo da estabilidade ante o real, com investidores no exterior também à espera dos números para operar.
Às 9h30, o Departamento do Trabalho dos EUA informou que o CPI avançou 0,3% no mês passado, depois de ter subido 0,4% em agosto. Nos 12 meses até setembro, o índice teve alta 3,0%, depois de avançar 2,9% em agosto. Economistas consultados pela Reuters previam alta de 0,4% no mês e de 3,1% em relação ao ano anterior.
Excluindo os componentes voláteis de alimentos e energia, os preços aumentaram 0,2%, depois de subirem 0,3% em agosto. O núcleo do índice aumentou 3,0% em relação ao ano anterior, de 3,1% em agosto.
O resultado reforçou a expectativa de corte de juros pelo Fed na quarta-feira da próxima semana, o que fez os rendimentos dos Treasuries -- em especial os de curto prazo -- despencarem. Em reação, o dólar também perdeu força ante a maior parte das demais divisas, incluindo o real.
Às 10h06 -- já após os dados do CPI --, o dólar à vista atingiu a cotação mínima do dia até o momento, de R$5,3609 (-0,46%).
Mais cedo, com efeitos reduzidos sobre o câmbio, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) informou que o IPCA-15 -- considerado uma espécie de prévia da inflação -- teve alta de 0,18% em outubro, depois de ter subido 0,48% no mês anterior. O resultado ficou abaixo da expectativa em pesquisa da Reuters, de avanço de 0,25%.
A taxa do IPCA-15 em 12 meses até outubro foi a 4,94%, abaixo dos 5,32% de setembro e da projeção de 5,01% dos economistas.
Às 11h30 desta sexta-feira o Banco Central fará leilão de 40.000 contratos de swap cambial, para rolagem do vencimento de 3 de novembro.
Mas nesta manhã também repercutia nas mesas o anúncio do BC, na noite anterior, de duas operações simultâneas para as 9h30 da próxima segunda-feira: venda de US$1 bilhão e venda de 20.000 contratos (US$1 bilhão) de swap cambial reverso.
As duas operações simultâneas tem efeito nulo em termos de exposição cambial, já que o BC, numa ponta, vende dólares no mercado à vista e, em outra ponta, compra dólares no mercado futuro (por meio do swap reverso).
"O objetivo aqui é irrigar o mercado à vista e conter o cupom cambial", comentou o consultor Sérgio Goldenstein, da Eytse Estratégia, em nota enviada a clientes. "Tanto a venda spot quanto o swap reverso geram pressão baixista sobre o cupom. Vale lembrar que um cupom mais baixo favorece as operações de ’carry trade’ e encarece o hedge cambial. É possível que o BC tenha mapeado um fluxo mais forte de saída de dólares nos próximos dias", acrescentou.
O cupom cambial é a diferença entre o dólar futuro e o dólar à vista, refletindo na prática o custo ou o ganho ao se manter uma posição em dólares no Brasil. Um cupom cambial mais alto sugere uma demanda maior por dólares, para remessas.
Na quinta-feira o dólar à vista fechou com queda de 0,22%, aos R$5,3857.
