Dólar salta 2,8% em semana de debate acirrado sobre alta de juros nos EUA

Publicado 19.11.2021, 18:08
Atualizado 19.11.2021, 18:18
© Reuters. Ilustração de dólar e gráfico
7/5/2021 REUTERS/Dado Ruvic/Illustration/File Photo

Por José de Castro

SÃO PAULO (Reuters) - O dólar subiu pelo quinto pregão consecutivo nesta sexta-feira, quando fechou acima de 5,61 reais e na máxima em quase três semanas, puxado pela força da moeda no exterior em meio a discussões acaloradas sobre chances de aperto monetário antecipado nos Estados Unidos.

O imbróglio doméstico sobre os rumos da PEC dos Precatórios --cuja não aprovação poderia dar margem a soluções ainda menos ortodoxas por parte do governo para financiar aumento de gastos sociais-- persistiu, e o mercado sentiu ainda o peso de declarações do presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, sobre inflação e atividade no Brasil.

Mas foi a direção externa do dólar que guiou a moeda por aqui. A divisa dos EUA subia ante quase todos os seus principais pares no fim da tarde, voltando a saltar frente a alguns rivais de países emergentes, como a lira turca, à medida que ganhou força o coro por uma redução mais acelerada dos estímulos pelo banco central norte-americano (Fed) --o que prepararia o terreno para uma alta antecipada dos juros.

O vice-chair do Fed, Richard Clarida, disse ser possível a aceleração do ritmo de diminuição das compras de ativos, enquanto Christopher Waller, um dos diretores do banco central, fez a mesma defesa, com intuito de aumentar a margem de manobra para elevação das taxas de juros já no segundo trimestre do ano que vem.

Juros mais altos nos EUA dariam força ao dólar, uma vez que aumentariam a rentabilidade dos títulos soberanos dos EUA, considerados ativos de risco-base. Ou seja, o mercado teria mais rentabilidade ao aplicar no ativo considerado mais seguro do mundo. Isso minaria atratividade de moedas emergentes, por exemplo.

"No ritmo que a inflação nos EUA está, o Fed não segura até 2023 (a alta de juros)", disse Fabrizio Velloni, economista-chefe da Frente Corretora, para quem, somados os fatores locais e externos, o dólar no Brasil não deve ter alívio tão cedo.

"Não vejo cenário para uma retirada desse estresse que temos visto (no câmbio). O ano eleitoral é 2022, e a volatilidade vai persistir", completou.

Fora a lira turca --moeda que afundou em "modo crise" devido à ingerência do governo no banco central--, o real ocupa o posto de moeda emergente mais volátil dentre as principais.

O dólar interbancário terminou esta sexta em alta de 0,73%, a 5,6104 reais, maior valor desde o último dia 1º (5,6712 reais). Os negócios mostraram vaivém, com a cotação oscilando de 5,5215 reais (-0,87%) a 5,6159 reais (+0,83%).

Em cinco pregões seguidos de alta --série mais longa desde setembro--, a divisa saltou 3,84%. Nos quatro dias úteis desta semana, a valorização foi de 2,81%, a mais forte para uma semana desde o ganho de 3,11% da semana finda em 22 de outubro.

Com isso, o dólar reduziu a queda em novembro para 0,56%. No ano, a moeda sobe 8,07%.

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