O dólar se fortaleceu na comparação com rivais nesta sexta-feira, 2, em sessão marcada pela aversão ao risco, após o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, anunciar que contraiu o coronavírus. A desaceleração da retomada do mercado de trabalho americano, com Payroll decepcionante, também estimulou a demanda pela segurança da divisa norte-americana.
O índice DXY, que mede a variação da moeda dos EUA ante uma cesta de seis rivais fortes, avançou 0,14%, a 93,844 pontos, mas caiu 0,80% na semana. "O dólar teve comportamento misto, mas principalmente firme, após a chocante notícia de que Trump testou positivo para a covid-19", explicou o analista do Western Union, Joe Manimbo.
A alta se intensificou depois que o Departamento do Trabalho informou que a economia americana teve geração líquida de 661 mil empregos em setembro, abaixo da mediana de previsões de analistas consultados pelo Projeções Broadcast, de 800 mil. "O caráter de segurança do dólar ganhou tração depois que o crescimento do emprego nos EUA se provou mais fraco que o esperado no mês passado, alimentando preocupações sobre a recuperação global", destacou Manimbo.
No fim da tarde em Nova York, o dólar cedia a 105,39 ienes, enquanto o euro caía a US$ 1,1716 e a libra avançava a US$ 1,2935. A analista Kathy Lien, da BK Asset Management, contudo, não acredita que os ganhos da moeda britânica sejam sustentáveis, por conta das incertezas a respeito de um acordo comercial do Reino Unido com a União Europeia, para o período subsequente ao Brexit, como é conhecido o processo de saída do país insular do bloco europeu. "Não acreditamos que um acordo esteja próximo", disse Lien.
Ante emergentes, o dólar avançava a 76,9181 pesos argentinos, depois que o ministro da economia da Argentina, Martín Guzman, descartou a possibilidade de controle cambial no país.