Governo central tem déficit primário de R$59,1 bi em julho, segundo pior resultado para o mês
Investing.com – O dólar operava em queda nesta quinta-feira, devido ao aumento das apostas de que o Federal Reserve reduzirá os juros em sua próxima reunião.
Às 7h45 de Brasília, o Índice Dólar, que mede o desempenho da moeda norte-americana frente a uma cesta de seis divisas, recuava 0,30%, aos 97,832 pontos, acumulando perdas pelo segundo dia consecutivo.
Aversão ao risco político pressiona moeda norte-americana
A moeda dos Estados Unidos tem operado sob pressão ao longo da semana, após o presidente Donald Trump tentar afastar Lisa Cook do cargo de diretora do Federal Reserve sob acusação de fraude hipotecária. O episódio levantou preocupações sobre a influência política na condução da política monetária norte-americana.
“Essa disputa envolvendo Cook deverá permanecer nos tribunais até o fim do ano. O ponto central é se ela manterá o direito de voto no Fomc nesse período”, avaliou o ING em relatório. O banco destacou ainda que, com a nomeação recente de Stephen Miran para o Conselho de Governadores, a reunião do dia 17 de setembro tende a ganhar maior relevância.
As chances de um corte de juros aumentaram após declarações do governador John Williams, que disse à CNBC na quarta-feira que “todas as reuniões são, na minha perspectiva, decisivas”. Para ele, os riscos estão mais equilibrados e a decisão dependerá da evolução dos dados.
Na agenda econômica, os investidores acompanham os números semanais de pedidos de auxílio-desemprego, além da segunda prévia do PIB trimestral. Na sexta-feira, o destaque será o índice de preços PCE, principal medida de inflação acompanhada pelo Fed —, seguido pelo relatório de emprego a ser divulgado na próxima semana.
De acordo com a LSEG, o mercado precifica atualmente cerca de 89% de probabilidade de um corte de 0,25 ponto percentual em setembro, com um total de 55 pontos-base de flexibilização até o fim do ano.
Euro ganha tração com setor automotivo
Na Europa, o EUR/USD avançava 0,1%, cotado a 1,1647, apoiado pelos dados de vendas de veículos novos, que cresceram 5,9% em julho, o melhor desempenho mensal em mais de um ano.
Embora a confiança do consumidor da zona do euro tenha recuado levemente em agosto, os consumidores seguiram dispostos a realizar compras de maior valor no mês anterior, sinalizando resiliência na demanda.
Durante entrevista à Fox News no fim de semana, a presidente do Banco Central Europeu, Christine Lagarde, adotou um tom relativamente construtivo. Ela afirmou que tanto empresas quanto famílias demonstraram resiliência, e que, apesar do crescimento ainda moderado, os sinais permanecem encorajadores.
O GBP/USD também operava em alta de 0,1%, sendo negociado a 1,3504. “Continuamos acreditando que uma quebra estrutural acima de 1,35 é apenas uma questão de tempo”, avaliou o ING.
Sessão asiática segue estável
Nos mercados asiáticos, o par USD/JPY caía 0,1%, para 147,34, enquanto o USD/CNY subia 0,3%, alcançando 7,1378. As moedas da região apresentavam variações contidas, refletindo uma sessão de menor apetite por risco.
O AUD/USD registrava avanço de 0,2%, para 0,6515, ampliando os ganhos após a divulgação, na véspera, de dados inflacionários acima do previsto. O resultado elevou as incertezas em torno de novos estímulos por parte do Banco de Reserva da Austrália.