Dólar sobe com plano de contingência contra tarifa dos EUA, Galípolo e Haddad em foco

Publicado 11.08.2025, 09:10
Atualizado 11.08.2025, 09:55
© Reuters. Casa de câmbio em São Paulon05/03/2020. REUTERS/Rahel Patrasso

Por Fernando Cardoso

SÃO PAULO (Reuters) - O dólar à vista subia ante o real, em linha com movimento global de alta da moeda norte-americana nesta segunda-feira, conforme os investidores domésticos seguem à espera do plano de contingência do governo brasileiro para empresas afetadas pela tarifa de 50% dos Estados Unidos, com falas do presidente do Banco Central e do ministro da Fazenda no radar.

Às 9h36, o dólar à vista subia 0,31%, a R$5,4508 na venda.

Na B3 (BVMF:B3SA3), o contrato de dólar futuro de primeiro vencimento tinha alta de 0,41%, a R$5,484 na venda.

Os movimentos do real nesta sessão tinham como pano de fundo a força da moeda norte-americana no exterior, com ganhos principalmente frente a moedas emergentes, como o peso mexicano e o rand sul-africano.

O mercado doméstico continua monitorando o impasse comercial entre Brasil e EUA, que entra em uma semana fundamental. A expectativa é de que o governo anuncie seu plano de ajuda para empresas afetadas até terça-feira, como já antecipado pelo vice-presidente Geraldo Alckmin.

Na quarta, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, tem conversa prevista com o secretário do Tesouro dos EUA, Scott Bessent, o que pode abrir caminho para um entendimento mais amplo entre os países. Apesar da entrada em vigor da tarifa, Washington já excluiu uma série de produtos da taxa.

Para além da questão comercial, os agentes financeiros voltarão suas atenções nesta segunda para comentários de autoridades ao longo do dia. O presidente do BC, Gabriel Galípolo, fará palestra na Associação Comercial de São Paulo (ACSP), em São Paulo, às 10h30.

Já Haddad, por sua vez, concederá entrevista à GloboNews a partir das 13h.

As perdas da divisa brasileira ocorrem após uma semana em que o real valorizou cerca de 2% ante o dólar, o que abria espaço para um reajuste nas posições dos investidores neste pregão.

No cenário externo, os mercados dividem o foco em várias frentes. Um dos destaques da semana será a divulgação de dados de inflação ao consumidor nos EUA na terça-feira, com os agentes em busca de pistas sobre as próximas decisões de política monetária do Federal Reserve.

Também há expectativa em torno da prorrogação de uma trégua comercial entre EUA e Pequim que expira nesta semana, à medida que os dois parceiros possivelmente buscarão mais tempo para tentar alcançar um acordo.

Na sexta-feira, o noticiário deve repercutir um encontro presencial entre o presidente dos EUA, Donald Trump, e o presidente da Rússia, Vladimir Putin, no Alasca, conforme se intensificam discussões pelo fim da guerra na Ucrânia.

"A semana começa com uma agenda econômica leve, porém com indicadores e eventos que prometem influenciar o apetite por risco global. Ao longo da semana, o mercado deve reagir tanto aos dados quanto às negociações comerciais e ao cenário político doméstico, mantendo a volatilidade elevada", disse Diego Costa, head de câmbio para o Norte e Nordeste da B&T XP (BVMF:XPBR31).

O índice do dólar -- que mede o desempenho da moeda norte-americana frente a uma cesta de seis divisas -- subia 0,28%, a 98,500.

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