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Investing.com — O dólar avançou de forma expressiva nesta segunda-feira, reagindo ao anúncio de um acordo comercial entre Estados Unidos e China firmado durante o fim de semana, o que elevou as expectativas de que a economia norte-americana possa contornar uma disputa prolongada com impactos adversos.
Às 7h30 de Brasília, o Índice do Dólar, que mede o desempenho da moeda americana frente a uma cesta de seis divisas, subia 1,3%, aos 101,455 pontos, atingindo o maior patamar em um mês.
Apesar da valorização recente, o indicador ainda se mantém mais de 3% abaixo dos níveis observados após o anúncio do "Dia da Libertação" de Trump em 2 de abril.
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Casa Branca confirma trégua nas tarifas
No domingo, a Casa Branca divulgou que chegou a um consenso comercial com Pequim, após conversas intensas realizadas no fim de semana entre autoridades dos dois países em Genebra. Na segunda-feira, foram revelados detalhes adicionais: ambas as partes decidiram suspender por 90 dias as tarifas adicionais que vinham sendo aplicadas reciprocamente. Washington reduziu sua alíquota para 30%, enquanto as tarifas chinesas sobre produtos americanos recuaram para 10%, conforme comunicado conjunto.
Antes da rodada de negociações, a administração Trump havia elevado as tarifas sobre produtos chineses para patamares de até 145%, o que provocou retaliações de Pequim, com alíquotas de até 125% sobre importações dos EUA.
Estão previstas novas conversas entre os dois governos, que também mencionaram a possibilidade de reuniões técnicas voltadas a temas econômicos e comerciais específicos.
De acordo com analistas do ING, “nas últimas semanas, temos defendido que a trajetória do dólar depende de um fluxo contínuo de notícias construtivas sobre o relaxamento das tensões comerciais”. Segundo eles, “até o momento, o governo Trump tem fornecido esse tipo de sinalização, e embora o desempenho do dólar não tenha acompanhado o ritmo observado nos mercados acionários, há uma percepção consolidada de que a mudança de postura nas negociações mitigou riscos extremos para a moeda”.
Além das atualizações sobre o comércio internacional, a atenção dos investidores se volta nesta semana para a divulgação do índice de preços ao consumidor (CPI) na terça-feira. O resultado poderá oferecer pistas sobre os impactos da disputa comercial na economia doméstica e influenciar as apostas sobre os próximos movimentos do Federal Reserve.
Atualmente, o mercado embute probabilidade de apenas 17% para uma redução nas taxas em junho, enquanto as chances para julho estão estimadas em 59%.
Euro perde força frente ao dólar
Na Europa, o euro (EUR/USD) recuava 1,2%, sendo negociado a 1,1109. A moeda comum europeia foi pressionada diante da migração de fluxos para o dólar, após o anúncio do acordo entre EUA e China.
“O cenário técnico indica forte probabilidade de rompimento para baixo”, apontou o ING. “Apesar de o par estar 3% abaixo do pico registrado em 21 de abril, ele ainda se encontra aproximadamente 3% acima do valor estimado pelo nosso modelo de preço justo de curto prazo. Essa diferença se deve, em grande parte, aos diferenciais de juros, que seguem favorecendo a moeda americana.”
O Banco Central Europeu já cortou as taxas de juros sete vezes nos últimos doze meses, diante de uma inflação persistentemente baixa. As autoridades monetárias vêm preparando terreno para uma nova redução no início de junho.
As apostas do mercado indicam 90% de chance de corte na próxima reunião do BCE e apontam para ao menos mais um ou dois cortes nos meses seguintes. Em contraste, as chances de um afrouxamento monetário por parte do Fed na próxima semana permanecem bastante limitadas.
Tensões geopolíticas na Europa Oriental também permanecem no radar, após o presidente da Ucrânia, Volodimir Zelenski, declarar estar disposto a se reunir com o presidente da Rússia, Vladimir Putin, na quinta-feira, na Turquia, para discussões de paz.
“O eventual avanço nessas conversas pode ser positivo para o EUR/USD, embora o impacto vá depender da avaliação do mercado sobre a durabilidade de qualquer cessar-fogo”, completou o ING.
A libra esterlina, por sua vez, apresentava queda mais contida. O GBP/USD recuava 1%, a 1,3180, refletindo a resiliência da divisa britânica após o anúncio da semana passada sobre um acordo comercial entre Reino Unido e Estados Unidos.
Iene recua e dólar avança na Ásia
Na Ásia, o dólar subia 1,8% contra o iene (USD/JPY), sendo negociado a 147,92. A moeda japonesa, tradicionalmente vista como porto seguro, perdeu força após o anúncio do pacto comercial entre Washington e Pequim.
Já a divisa dos EUA subia 0,3% contra o iuane para 7,2143. A moeda chinesa encontrou suporte no alívio das tensões comerciais.
No sábado, foram divulgados dados mostrando a persistência da pressão deflacionária na China. Os preços ao consumidor recuaram pelo terceiro mês consecutivo, e os preços de fábrica apresentaram a maior queda em seis meses, reflexo contínuo dos desafios enfrentados pelo país em meio ao confronto comercial com os Estados Unidos.