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Por Fernando Cardoso
SÃO PAULO (Reuters) -O dólar à vista tinha leve alta ante o real nesta segunda-feira, com investidores de olho em uma reunião entre os presidentes dos Estados Unidos, Donald Trump, e da Ucrânia, Volodymyr Zelenskiy, em Washington, enquanto se posicionam para acompanhar o simpósio de Jackson Hole durante a semana.
Às 9h59, o dólar à vista subia 0,29%, a R$5,4149 na venda.
Na B3 (BVMF:B3SA3), o contrato de dólar futuro de primeiro vencimento tinha alta de 0,42%, a R$5,436 na venda.
Os movimentos do real tinham como pano de fundo a força da moeda norte-americana no exterior, que avançava sobre seus pares fortes e emergentes, uma vez que os agentes financeiros demonstravam aversão ao risco diante das incertezas geopolíticas e econômicas no horizonte.
Os mercados ainda avaliavam o resultado de uma cúpula entre Trump e o presidente da Rússia, Vladimir Putin, na sexta-feira para discutir a guerra na Ucrânia. O encontro não gerou acordos ou entendimento por um cessar-fogo, mas ambos os lados relataram que progressos foram feitos.
Na esteira da reunião no Alasca, Trump convidou o presidente ucraniano para uma nova visita à Casa Branca nesta segunda, que contará ainda com a presença de vários líderes europeus, à medida que o presidente norte-americano tentará convencer Zelenskiy a aceitar um acordo de paz.
O grande receio é de que o encontro termine como a conversa de fevereiro, quando Trump e o vice-presidente dos EUA, JD Vance, protagonizaram uma bronca pública a Zelenskiy.
"A agenda mantém a atenção do investidor voltada ao risco global. A abertura da semana tende a ser de cautela... com volatilidade à vista diante de qualquer surpresa nos indicadores ou nos bastidores da geopolítica", disse Diego Costa, head de câmbio para o Norte e Nordeste da B&T XP (BVMF:XPBR31).
O índice do dólar -- que mede o desempenho da moeda norte-americana frente a uma cesta de seis divisas -- subia 0,23%, a 98,056.
Ainda no cenário externo, os investidores também aguardam o simpósio de Jackson Hole a partir de quinta-feira, que contará com um aguardado discurso do chair do Federal Reserve, Jerome Powell.
A perspectiva sobre a política monetária do banco central dos EUA tem moldado as negociações em sessões recentes, já que dados mistos sobre a maior economia do mundo têm movimentado as apostas de operadores sobre cortes na taxa de juros neste ano.
No momento, operadores precificam uma probabilidade de 84% de que o Fed corte os juros em 0,25 ponto percentual em setembro, segundo dados da LSEG. Uma outra redução de mesma magnitude até dezembro está totalmente precificada.
Na cena doméstica, as atenções seguem voltadas para o impasse comercial entre Brasil e EUA, com o governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva ainda tentando negociar a tarifa de 50% imposta por Trump sobre produtos brasileiros.
(Edição de Camila Moreira)