Mercado reduz previsão de inflação este ano a 5,05% e vê superávit comercial menor em 2025 e 2026
Investing.com - O dólar operava com leve alta no início desta segunda-feira, com investidores adotando postura cautelosa antes de eventos importantes da semana, a divulgação do índice de preços ao consumidor (IPC ) de julho nos EUA, o encontro entre o presidente norte-americano, Donald Trump, e o presidente russo, Vladimir Putin, e o prazo para que Washington e Pequim finalizem um acordo tarifário.
Às 7h30 de Brasília, o Índice do Dólar, que mede o desempenho da moeda dos EUA frente a uma cesta de seis divisas, avançava 0,12%, para 98,13, após as perdas acentuadas registradas na semana anterior.
IPC de julho no radar
A moeda norte-americana vem recuando desde a divulgação de um relatório fraco de criação de vagas no início do mês, o que elevou as expectativas de que o Federal Reserve reduza os juros na próxima reunião, marcada para setembro.
Atualmente, os contratos futuros indicam probabilidade superior a 90% de corte na taxa.
O foco imediato recai sobre a leitura do índice de preços ao consumidor de julho, prevista para terça-feira, especialmente diante de alertas de analistas e formuladores de política monetária de que as tarifas impostas pelo governo Trump devem pressionar a inflação.
“O consenso aponta para nova aceleração no núcleo do IPC, para 0,3% no mês (3,0% em 12 meses), na divulgação desta semana”, afirmaram analistas do ING em relatório. “Esse patamar provavelmente será visto como compatível com um corte em setembro, considerando o enfraquecimento observado no mercado de trabalho.”
As negociações comerciais também permanecem no centro das atenções com a aproximação do prazo de 12 de agosto fixado por Trump para um entendimento entre EUA e China, a fim de evitar tarifas de três dígitos sobre bens.
O mercado trabalha com a expectativa de nova trégua, especialmente após o Financial Times ter informado que as fabricantes de semicondutores Nvidia (NASDAQ:NVDA) e AMD (NASDAQ:AMD) aceitaram repassar ao governo norte-americano 15% da receita obtida com vendas de chips para a China.
Euro reage a perspectiva de diálogo sobre a Ucrânia
Na Europa, o EUR/USD avançava 0,1%, a 1,1651, apoiado pela expectativa de que a reunião entre Trump e Putin esta semana possa criar condições para uma trégua no conflito na Ucrânia.
“A elevada incerteza sobre o resultado e a menor sensibilidade das moedas do G10 ao conflito limitam ajustes expressivos na nossa projeção para o euro neste momento”, avaliou o ING.
O GBP/USD operava estável em 1,3451, à espera dos dados mensais de emprego no Reino Unido, que serão divulgados na terça-feira.
Uma pesquisa do Chartered Institute of Personnel and Development mostrou que apenas 57% das empresas do setor privado britânico pretendem contratar nos próximos três meses, o menor nível desde o início de 2021 e ligeiramente abaixo dos 58% registrados no levantamento anterior.
Iuane acompanha cenário comercial entre China e EUA
No mercado asiático, o USD/CNY cedia levemente para 7,1830, após dados divulgados no fim de semana mostrarem que a deflação permanece como risco relevante na economia chinesa.
O índice de preços ao consumidor da China manteve-se estável, enquanto o índice de preços ao produtor recuou mais do que o projetado, evidenciando perda de tração das medidas de estímulo adotadas por Pequim.
As tratativas comerciais entre Washington e Pequim seguem no radar antes do prazo de 12 de agosto para um pacto definitivo. No início do ano, os dois países reduziram temporariamente tarifas e desde então vêm negociando um acordo de caráter mais permanente.
Trump indicou na semana passada que poderá estender o prazo, com as discussões entre as duas maiores economias do mundo em andamento.
O USD/JPY registrava queda de 0,1%, a 147,63, em sessão com menor liquidez devido a feriado no Japão. Já o AUD/USD recuava 0,1%, a 0,6519, antes da reunião do Banco de Reserva da Austrália nesta terça-feira, na qual se espera amplamente corte de juros, após a decisão de manter a taxa inalterada em julho.