Por Luana Maria Benedito
SÃO PAULO (Reuters) - O dólar caía frente ao real na manhã desta terça-feira, em sessão de poucos catalisadores externos devido a feriado nos Estados Unidos, enquanto a cena doméstica era dominada pela perspectiva de votação de pautas econômicas no Congresso.
Às 9:29 (horário de Brasília), o dólar à vista recuava 0,29%, a 4,7930 reais na venda.
Na B3 (BVMF:B3SA3), às 9:29 (horário de Brasília), o contrato de dólar futuro de primeiro vencimento caía 0,3%, a 4,8160 reais.
O dia promete ter "muito pouca liquidez devido ao feriado da Independência nos Estados Unidos", disse Guilherme Esquelbek, da Correparti Corretora, acrescentando que isso deve manter o dólar perto da estabilidade ou com viés de queda ao longo desta terça-feira.
No exterior, o índice do dólar contra uma cesta de pares fortes tinha pouca alteração, com o mercado à espera de novas pistas sobre a provável trajetória de política monetária dos Estados Unidos, que virão ao longo desta semana.
"Investidores aguardam a ata da última reunião de política monetária do Fed amanhã e o 'payroll' na sexta-feira", explicou Esquelbek, referindo-se ao relatório de criação de vagas de emprego nos EUA.
Em seu encontro de junho, o Federal Reserve interrompeu um longo e intenso ciclo de aperto monetário de forma a avaliar o efeito de sua postura rígida na economia, mas ainda deve elevar os custos dos empréstimos em 0,25 ponto percentual mais duas vezes este ano, de acordo com projeções de autoridades.
O nível dos juros nos EUA influencia o diferencial de juros do país em relação ao Brasil, um dos principais pontos de atenção para o mercado de câmbio doméstico. Num geral, quanto maior a diferença de juros entre as duas economias, mais o real tende a se beneficiar, já que passa a oferecer retornos mais atraentes para investidores estrangeiros.
A taxa Selic está atualmente em 13,75%, mas o Banco Central indicou na ata de sua última reunião que pode começar a cortá-la já em agosto, desde que se mantenha cenário de arrefecimento da inflação. Mesmo assim, parte dos mercados acredita que, ainda que um pouco mais baixos, os juros seguirão em nível elevado o suficiente para continuar sustentando o real.
Entre os destaques da cena doméstica nesta terça-feira estava agenda da Câmara dos Deputados, que se debruça nesta semana sobre pautas econômicas importantes, como a reforma tributária, o projeto do Carf e o novo marco fiscal, disse a XP (BVMF:XPBR31) em nota. O presidente da Casa, Arthur Lira (PP-AL), defendeu que a pauta econômica não seja contaminada pela disputa política.
A XP chamou a atenção ainda para a sabatina de Gabriel Galípolo na Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) do Senado. Galípolo, ex-secretário-executivo do Ministério da Fazenda, foi indicado para assumir a diretoria de Política Monetária do Banco Central.
Na véspera, o dólar à vista fechou o dia cotado a 4,8067 reais na venda, com alta de 0,37%.