Por Luana Maria Benedito
SÃO PAULO (Reuters) - O dólar era negociado em alta acentuada contra o real nesta segunda-feira, acima de 4,21 reais, acompanhando os movimentos de aversão a risco em todo o mundo em meio aos temores sobre a rápida disseminação do coronavírus chinês.
O número de mortos pela doença semelhante à gripe subiu para 81 nesta segunda-feira, com o governo da China estendendo o feriado do Ano Novo Lunar e grandes empresas fechando as portas na tentativa de conter a propagação.
O número total de casos confirmados na China aumentou cerca de 30%, para 2.744, mas alguns especialistas suspeitam que o número de pessoas infectadas seja muito maior. O vírus já se espalhou para mais de 10 países, incluindo Estados Unidos, França, Austrália e Cingapura.
"Hoje, os mercados financeiros globais exibem um tom majoritariamente negativo", disse em nota a Correparti Corretora. "A rápida disseminação do coronavírus continua mantendo o investidor avesso ao risco."
Em nota, a XP Investimentos citou as preocupações com o impacto econômico da doença sobre a segunda maior economia do mundo, à medida que as atividades no país são suspensas, e destacou a liquidez reduzida nos mercados devido ao feriado do Ano Novo Lunar na Ásia.
Nos mercados internacionais, a aversão a risco impulsionava o dólar contra boa parte das divisas arriscadas, como iene chinês, dólar australiano, peso mexicano, lira turca e rand sul-africano. Contra uma cesta de moedas, a divisa dos EUA operava perto da estabilidade, enquanto recuava ante o iene japonês, considerado aposta segura.
Às 9:59, o dólar avançava 0,75%, a 4,2172 reais na venda. Na máxima do dia, a moeda norte-americana chegou a tocar os 4,2177 reais, maior patamar desde 21 de janeiro.
Na última sessão, a divisa norte-americana fechou em alta de 0,45%, a 4,1856 reais na venda, registrando a quarta semana consecutiva de ganhos.
O principal contrato de dólar futuro subia 0,8% neste pregão, a 4,217 reais.