Por Aaron Ross
KINSHASA (Reuters) - Forças do governo congolês lançaram ataques contra rebeldes ruandeses hutus na República Democrática do Congo nesta terça-feira, disseram autoridades militares, na primeira ofensiva desde o anúncio de uma campanha para acabar com o grupo no mês passado.
As Forças Democráticas pela Libertação de Ruanda (FDLR), cujas fileiras incluem ex-soldados e milicianos hutus responsáveis pelo genocídio de 1994 em Ruanda, têm estado no centro de quase duas décadas de violência no leste do Congo.
Os combates desta terça-feira ocorreram na província de Kivu do Sul, nas colinas próximas à cidade de Uvira, a cerca de 10 quilômetros da fronteira com Burundi, disse o comandante provincial das operações, Espérant Masudi, à Reuters.
Outro oficial do Exército congolês, conhecido como FARDC, disse que o ataque, lançado no início desta manhã, tinha capturado todas as fortalezas do FDLR na região.
"O FARDC lançou um grande ataque no Moyen Plateau de Mulenge... Foi uma operação bem planejada", disse ele, falando sob condição de anonimato.
Ele disse que o Exército havia enfrentado apenas resistência do FDLR, cujos combatentes podem avançar pelo leste do Congo quando confrontados.
O porta-voz do Exército congolês, Leon Kasonga, anunciou na televisão estatal que três combatentes das FDLR tinham sido mortos.
Um porta-voz da missão de paz da Organização das Nações Unidas no Congo (Monusco) não estava imediatamente ciente da operação de combate.
Enquanto as FDLR têm uma presença em Kivu do Sul, a maior parte dos seus estimados 1.400 combatentes devem operar na província vizinha de Kivu do Norte.
O Exército anunciou em 29 de janeiro o início da campanha há muito esperada contra os rebeldes, cuja presença no Congo foi usada como pretexto para intervenções militares de Ruanda, que ajudou a desencadear sucessivas guerras no Congo, matando milhões de pessoas.
O Exército congolês está realizando a operação sozinho, depois de rejeitar o apoio da missão da ONU. A decisão ocorreu após um impasse envolvendo dois generais da missão que, segundo suspeitas da ONU, teriam cometido abusos dos direitos humanos.
(Reportagem adicional de Kenny Katombe, em Goma; e de Bienvenu-Marie Bakumanya, em Kinshasa)