Money Times - “Estamos atualizando nosso modelo com as novas estimativas do minério de ferro”. A avaliação é do Credit Suisse, na qual os analistas Caio Ribeiro e Rafael Cunha incorporam aumento nos fretes e revisam as projeções para a commodity e, consequentemente, para as ações da Vale (SA:VALE3).
Para o banco suíço, a expectativa de normalização da produção de minério de ferro ocasionou a redução do preço-alvo para as ADRs (American Depositary Receipts), de US$ 18 para US$ 16. Na estimativa mais otimista, a ação poderia atingir US$ 28.
Mesmo com a redução, o papel poderá subir 39,9% em doze meses se o preço-alvo de US$ 16 for atingido. A recomendação para as ações é de outperform (desempenho acima da média do mercado), e as mesmas são “top pick” do setor.
Múltiplos em foco
Na comparação com as concorrentes australianas, Ribeiro e Cunha calculam que a ação da Vale (SA:VALE3) é negociada com múltiplo EV/Ebitda (valor de mercado sobre geração operacional de caixa) de 3,6 vezes para 2019, contra média histórica de 6 vezes e relações de 4,3 vezes das mineradoras da Austrália.
Em relação à Brumadinho, o Credit Suisse acredita que a provisão de US$ 6 bilhões já consegue cobrir “os impactos socioeconômicos e ambientais” que possam ocorrer.
“Nós acreditamos que quaisquer revisões a frente serão marginais e avaliamos ser uma questão de tempo até que a companhia finalize as pendências com a promotoria pública”, completam os analistas.
Dividendos e Ebitda
Com a relação entre dívida líquida e Ebitda abaixo de 1 vez os yields do fluxo de caixa entre 13% e 14% entre 2019 e 2020, “acreditamos que um dividend yield (pagamento de proventos sobre cotação do papel) de 9% possa ser atingível” em 2020.
Por outro lado, as projeções para o Ebitda no triênio de 2019 a 2021 estão 11 inferiores, devido aos seguintes motivos: menores projeções para os preços de minério de ferro, níquel e cobre; multas adicionais relacionadas a Brumadinho e valorização do real frente ao dólar.