Genebra, 23 set (EFE).- Especialistas da ONU e representantes de
várias cidades debatem hoje a falta de políticas ambientais bem
estruturadas no planejamento urbano, quando as cidades geram 40% das
emissões totais de gases do efeito estufa, responsáveis pela mudança
climática.
"Embora existam iniciativas relacionadas a energias verdes fora
da cidade, nos núcleos urbanos há iniciativas isoladas, mas faltam
políticas bem estruturadas", disse a secretária do Comitê de Gestão
Território e Habitação da Comissão Econômica da ONU para a Europa
(Unece), Paola Deda.
"Há mudanças como o aumento das áreas verdes, o estabelecimento
de transportes menos poluentes e algumas construções verdes, mas são
projetos independentes que não fazem parte de algum plano global",
lamentou.
"No mar, é possível ver moinhos que geram energia com o movimento
das ondas e as casas no campo contam com painéis solares, mas as
cidades ficaram para trás".
Durante o dia de hoje, um seminário tentará determinar os
benefícios que um planejamento urbano adequado e a construção de
edifícios sustentáveis poderiam ter na sociedade e sobre a mudança
climática.
O diretor do Comitê de Gestão de Território e Habitação da Unece,
Marco Keiner, ressaltou que, "no hemisfério norte, a maioria da
energia é utilizada na calefação das casas. Este é um dos motivos
pelos quais é necessária a construção de edifícios sustentáveis e
sua reabilitação".
O Painel Intergovernamental sobre Mudança Climática (IPCC, em
inglês), ganhador do Prêmio Nobel, estima que o setor comercial e
residencial tem o potencial para reduzir em até 29% as emissões até
2020.
No âmbito econômico, as perdas devido à mudança climática
representam entre 5% e 10% do Produto Interno Bruto (PIB) mundial,
sendo os países menos desenvolvidos os mais prejudicados. EFE