Por Nick Carey
DETROIT (Reuters) - Um juiz federal em Detroit condenou a Volkswagen a três anos de supervisão independente devido ao escândalo de emissões de diesel da montadora alemã como parte de um acordo de 4,3 bilhões de dólares anunciado em janeiro.
"Este é um caso de fraude deliberada e maciça", disse o juiz de distrito Sean Cox, ao aprovar o acordo que exige que a montadora faça reformas significativas. Ele também aprovou formalmente uma multa criminal de 2,8 bilhões de dólares como parte da sentença.
"Este é um caso muito sério e muito preocupante envolvendo uma empresa icônica de automóveis", acrescentou Cox. "Eu simplesmente não posso acreditar que VW esteja na situação em que se encontra hoje."
Além de aceitar o acordo da VW com o governo dos EUA, Cox rejeitou chamadas separadas de advogados representando clientes VW individuais por indenizações. Nenhuma das partes lesadas falou no tribunal, embora fossem convidadas a fazê-lo pelo juiz.
A revelação de setembro de 2015 que a Volks fraudou testes de emissões por pelo menos seis anos levou à demissão de seu presidente-executivo, danificou a reputação da empresa em todo o mundo e resultou em maciças multas e indenizações.
A montadora alemã se declarou culpada em março de fraude, obstrução de justiça e falsificação de declarações após admitir a instalação de software secreto em 580 mil veículos dos EUA.
Falando em nome da Volkswagen, o advogado-geral Manfred Doess disse que a empresa "lamenta profundamente o comportamento que deu origem a este caso".
Na audiência de condenação, um promotor federal confirmou que o governo planeja nomear o ex-Procurador Geral Adjunto dos EUA, Larry Thompson, para servir como monitor independente.
No total, a VW concordou em gastar até 25 bilhões nos EUA para sanar de reclamações de consumidores, reguladores ambientais, governos e revendedores e fazer ofertas de recompra.
O Departamento de Justiça dos EUA também acusou sete executivos atuais e anteriores de VW de crimes relacionados ao escândalo. Um executivo está em custódia e aguarda julgamento e outro se declarou culpado e concordou em cooperar. Os promotores norte-americanos disseram em janeiro que cinco dos sete estão na Alemanha. Eles não foram acusados.
Os promotores alemães também estão conduzindo uma investigação criminal sobre as emissões de diesel da Volks.