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G20 procura garantir recuperação em plena crise da dívida na Europa

Publicado 04.06.2010, 11:39
Atualizado 04.06.2010, 12:56

Maribel Izcue.

Busan (Coreia do Sul), 4 jun (EFE).- Os ministros de Finanças e governadores de bancos centrais do G20 iniciaram hoje em Busan (Coreia do Sul) uma reunião que, em plena crise na Europa, procura reforçar o sistema financeiro e unir ajustes fiscais com crescimento.

Em meio a severas medidas de segurança, os representantes financeiros do Grupo dos 20, o principal fórum econômico mundial, inauguraram o encontro de dois dias com um jantar de trabalho.

Com os mercados preocupados com o déficit elevado de muitos países importantes, os ministros devem discutir as políticas de prudência fiscal e os ajustes realizados por vários países, entre eles a Espanha, para contribuir para a estabilização da zona do euro.

Os debates seguem amanhã, sempre a portas fechadas, e ao fim da reunião será emitido um comunicado tendo em vista a cúpula de chefes de Estado e de Governo do G20 nos dias 26 e 27 de junho em Toronto (Canadá).

O comunicado incluirá, provavelmente, uma chamada para reforçar a solidez fiscal de cada um dos membros do Grupo, indicou hoje o vice-ministro sul-coreano de Finanças, Shin Je-Yoon.

O Banco Mundial (BM) e o Fundo Monetário Internacional (FMI) também participam do encontro. Para o diretor do FMI, Dominique Strauss-Kahn, a Europa deu passos "importantes" para garantir a recuperação.

No entanto, em entrevista à agência sul-coreana "Yonhap" ele ressaltou que a ênfase deve ser "estimular o crescimento", posição respaldada pela diretora-executiva do BM, Ngozi Okonjo-Iweala.

"O objetivo do G20 é um crescimento forte, sustentado e equilibrado", lembrou a representante do BM, que insistiu que para alcançá-lo o papel das economias emergentes será "vital", por isso pediu a potencialização dos investimentos nessas nações.

A crise de dívida na Europa também levou à agenda dos ministros questões como o capital e a liquidez das instituições financeiras.

Os responsáveis de Finanças do Grupo devem analisar ainda a saúde dos bancos europeus, com países como os Estados Unidos e o Reino Unido a favor de mais transparência sobre suas condições de capital e liquidez.

Em Washington, antes de viajar para Busan, o secretário do Tesouro dos EUA, Timothy Geithner, defendeu "mais transparência e informação" por parte das entidades "aos mercados e às principais instituições".

Os debates também tratarão da possibilidade de implantar um imposto bancário global, para arrecadar fundos para custear resgates hipotéticos em caso de necessidade no futuro.

Este é um dos assuntos mais espinhosos do encontro, já que enquanto os EUA, o Reino Unido, a França e a Alemanha, além do FMI, apóiam um eventual encargo, a nova taxa é rejeitada plenamente por países como o Canadá, Austrália, Índia e Brasil.

"Não acho que estejamos caminhando rumo a um consenso global sobre encargos bancários", reconheceu Geithner.

Por sua vez, a titular francesa de Economia, Christine Lagarde, assinalou antes da reunião que um imposto assim é uma forma de reduzir o risco no setor financeiro e mostrou sua esperança de fechar um acordo no final deste ano.

Praticamente todos os ministros de Finanças do Grupo dos 20, com exceção dos da Indonésia, Rússia, e Japão - participam do encontro de Busan.

O G20 é integrado pelos membros do G8 (EUA, Canadá, Reino Unido, Rússia, Itália, França, Reino Unido e Alemanha, os países mais ricos do mundo), além da União Europeia (UE), Coreia do Sul, Argentina, Austrália, Brasil, China, Índia, Indonésia, México, Arábia Saudita, África do Sul e Turquia.

A cúpula de Toronto no final de mês será o quarto encontro dos líderes do grupo, e o quinto deve acontecer em novembro em Seul. EFE

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