São Paulo, 21 jul (EFE).- A Embraer anunciou hoje que a Força
Aérea Brasileira (FAB) tem a intenção de adquirir 28 aviões de
transporte militar do modelo KC-390 que ambas desenvolvem de forma
conjunta.
Em comunicado, a empresa informou que a fase de estudos
preliminares da aeronave "foi concluída com sucesso" e acrescentou
que está previsto que o primeiro voo do avião seja realizado em
2014. Um ano mais tarde, o modelo entrará em serviço.
"A Força Aérea Brasileira é a principal parceira da Embraer desde
a criação da empresa, em 1969", disse o vice-presidente para o
Mercado de Defesa da Embraer, Orlando José Ferreira Neto.
Neto acrescentou que o anúncio, realizado durante a Feira
Aeronáutica de Farnborough, no Reino Unido, reforça a "motivação e o
compromisso em conceber um produto de última geração que deverá
superar os requisitos da FAB e as expectativas do mercado".
O acordo para o desenvolvimento conjunto da aeronave foi assinado
entre a FAB e Embraer em abril de 2009.
Segundo o vice-presidente, o aparelho é "mais rápido" que seus
concorrentes no mercado e pode operar em pistas mais curtas.
O avião está desenhado para o transporte de carga e de tropas e
pode ser utilizado em missões complexas como na Antártida ou na
Amazônia, para reabastecimento, operações de busca e resgate ou
tarefas de evacuação.
Além de suprir a demanda das FAB, a Embraer pretende vender o
KC-390 para o mercado internacional, o que poderia ser o fiel da
balança para decidir uma licitação para a aquisição de 36
caças-bombardeiros por parte do Brasil, da qual participam a
francesa Dassault, a americana Boeing e a sueca Saab.
O Governo manifestou publicamente sua preferência pelos caças
franceses, mas a Embraer apoia os suecos, já que anunciaram
abertamente seu interesse em comprar os KC-390 como contraprestação
caso ganhem a licitação.
Em reunião com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, o líder
francês, Nicolas Sarkozy, garantiu que seu país está interessado em
adquirir uma dezena de unidades da aeronave de transporte da
Embraer.
A decisão final depende de Lula, que deverá anunciá-la nos
próximos meses, antes do fim de seu mandato. EFE