Paris, 30 set (EFE).- O Governo francês optou por não aumentar a
pressão fiscal no ano que vem e por retomar alguns programas de
estímulo contra a crise, o que provocará um aumento do déficit e da
dívida pública.
Estas são algumas das diretrizes do projeto de orçamentos para
2010 apresentado hoje ao conselho de ministros, que prevê que o
déficit público, que disparou para 8,2% do Produto Interno Bruto
(PIB) em 2009, siga subindo até 8,5% no próximo ano.
O principal efeito será uma alta na dívida pública, que, após a
previsão de alcançar os 77,1% do PIB até o fim de 2009, deve se
elevar para 84% em 2010, um nível que o Executivo se esforça em
ressaltar que será inferior à média da União Europeia (86%). De
acordo com a projeção oficial, a dívida francesa seguirá em alta e
será de 91% do PIB em 2013.
A principal aposta do Governo, que espera uma ligeira recuperação
econômica em 2010, com uma alta do PIB de 0,75%, após uma queda
esperada de 2,25% em 2009, é a manutenção da pressão fiscal em 40,7%
do PIB, mesma deste ano.
Para cumprir com suas promessas eleitorais de não aumentar os
impostos, o presidente Nicolas Sarkozy reduzirá a taxa profissional,
o que permitirá que as empresas deixem de gastar um total de 5.600
milhões de euros.
A outra grande reforma tributária do próximo ano é a criação da
chamada "taxa de carbono", que taxará os produtos e serviços de
acordo com suas emissões de gases poluentes. O valor será de 17
euros por tonelada de dióxido de carbono (CO2) emitida, o que se
traduzirá, por exemplo, em altas de 4,11 centavos de euro no litro
da gasolina e de 4,52 centavos no de gasóleo.
Sarkozy se comprometeu a compensar o imposto, que gerará no
primeiro ano uma arrecadação de 2 bilhões de euros, com um "cheque
verde", que será entregue a cada contribuinte.
No entanto, o empréstimo nacional que Sarkozy tem intenção de
lançar para financiar projetos de investimento de longo prazo não
foi incluído na apresentação do orçamento e pesará ainda mais sobre
a dívida pública. A informação será divulgada no final do ano. EFE