Dólar retorna aos R$5,60 com disputa técnica no Brasil e avanço da moeda no exterior

Publicado 31.07.2025, 17:15
Atualizado 31.07.2025, 17:50
© Reuters. Notas de dólarn09/04/2025nREUTERS/Willy Kurniawan

Por Fabricio de Castro

SÃO PAULO (Reuters) - O dólar fechou a quinta-feira em alta ante o real, novamente na faixa dos R$5,60, acompanhando o avanço da moeda norte-americana ante parte das demais divisas no exterior, um dia após os EUA confirmarem uma tarifa de 50% para os produtos brasileiros, mas com uma série de exceções.

A primeira metade do dia foi marcada ainda pela disputa pela formação da taxa Ptax de fim de mês, que trouxe volatilidade às cotações.

O dólar à vista fechou o dia em alta de 0,21%, aos R$5,6004. No mês, a divisa acumulou elevação de 3,04%. No ano, porém, a moeda norte-americana acumula queda de 9,36%.

Às 17h08, na B3 (BVMF:B3SA3) o dólar para setembro -- que se tornou o mais líquido nesta quinta -- subia 0,23%, aos R$5,6390.

Calculada pelo Banco Central com base nas cotações do mercado à vista, a Ptax serve de referência para a liquidação de contratos futuros. No fim de cada mês, agentes financeiros tentam direcioná-la a níveis mais convenientes às suas posições, sejam elas compradas (no sentido de alta das cotações) ou vendidas em dólar (no sentido de baixa).

Em meio à disputa dos agentes, o dólar à vista oscilou entre a mínima de R$5,5637 (-0,44%) às 9h02, logo após a abertura, e a máxima de R$5,6256 (+0,66%) às 10h22. Depois disso, a moeda voltou a oscilar em torno da estabilidade até o início da tarde, quando é definida a Ptax, em um claro sinal de que a disputa pela taxa estava gerando volatilidade.

Formada a Ptax (R$5,6021 na venda), a divisa à vista passou a refletir mais livremente os dados e o noticiário do dia.

O avanço do dólar ante outras divisas no exterior dava suporte à moeda norte-americana também no Brasil, após o chair do Federal Reserve, Jerome Powell, ter indicado na quarta-feira que não tem pressa para reduzir as taxas de juros nos Estados Unidos. Na prática, juros mais elevados nos EUA tendem a significar também um dólar mais forte.

“No médio prazo, ainda acredito em um dólar mais fraco, por conta da criação de incertezas pela Casa Branca”, disse Matheus Spiess, analista da Empiricus Research, em referência à guerra tarifária desencadeada pelos EUA. “Mas no curto prazo, como há a percepção de juros mais altos no caso do Fed, o dólar sobe”, acrescentou.

O dia foi negativo para os ativos brasileiros de forma geral, com queda firme do Ibovespa e alta das taxas dos DIs (Depósitos Interfinanceiros) e do dólar, após o Banco Central ter mantido na véspera a taxa básica Selic em 15% ao ano, sinalizando intenção de seguir com essa postura nos próximos meses, e depois das isenções tarifárias dos EUA ao Brasil.

No caso do tarifaço, a avaliação entre os agentes era de que o pior foi evitado, mas que a crise desencadeada pelos EUA ainda não foi superada. Nessa linha, o BC citou em seu comunicado sobre a decisão de política monetária na véspera um ambiente externo “mais adverso e incerto” por conta das “políticas comercial e fiscal” dos EUA.

Pela manhã, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, disse que o governo brasileiro vai recorrer da decisão dos EUA. Segundo ele, o plano de contingência do governo também será recalibrado após as exclusões anunciadas por Washington.

No exterior, às 17h33, o índice do dólar -- que mede o desempenho da moeda norte-americana frente a uma cesta de seis divisas -- subia 0,28%, a 100,070.

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